São Paulo, quarta-feira, 30 de novembro de 1994
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Homem doa corpo a rede de computadores

Cientistas colocam 1.800 fatias do cadáver na Internet

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um homem de 39 anos doou seu corpo à rede internacional de computadores Internet. Cientistas cortaram o corpo em 1.800 fatias e puseram imagens dele em exposição através da rede.
O projeto, chamado Homem Visível, começou liberar as imagens segunda-feira, durante o congresso anual da Sociedade Radiológica da América do Norte.
É a primeira vez que foram compiladas informações digitais tão detalhadas de um corpo humano inteiro, disse Donald Lindberg, diretor da Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA, que coordenou o projeto.
O corpo pertence a um texano que doou seus restos mortais à ciência. Foram gravadas imagens da cabeça aos pés através de aparelhos de tomografia, ressonância magnética e raios X.
Depois o corpo foi imerso em uma gelatina, congelado e fatiado em mais de 1.800 fatias ultrafinas. Uma por uma, as superfícies das fatias foram fotografadas.
Os dois grupos de imagens foram digitalizados e transferidos para a memória dos computadores.
Para acessar todas essas imagens são necessárias duas semanas de conexão ininterrupta com a rede e cerca de 15 bilhões de bytes de memória de computador.
Uma vez carregados os dados, as imagens podem ser rodadas no espaço, vistas de qualquer plano, dissecadas e remontadas, disse Victor Spenzler, da Universidade do Colorado, sede do trabalho.
Segundo ele, no futuro vasos sanguíneos poderão ser acompanhados e poderá ser vista sua relação com ossos e órgãos. Será possível, por exemplo, simular a multiplicação de células cancerosas com modelos matemáticos.
Para o ano que vem, eles prometem trazer companhia para o Homem Visível. Na segunda fase do projeto, serão liberadas imagens da Mulher Visível.

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