São Paulo, quarta-feira, 30 de novembro de 1994
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Começa, enfim, o Campeonato Brasileiro

ALBERTO HELENA JR.

A lógica aponta para vitórias de Palmeiras, Guarani e Corinthians em seus jogos de estréia nas quartas-de-final

Mais uma vez entramos no funil que destilará o campeão, sob o signo da sorte, não da competência. Não que eu me coloque entre os que clamam por campeonato de pontos corridos, pois esta fórmula, para ser bem sucedida, exigiria um rigor que não faz parte de nossa cultura.
Um campeonato de pontos corridos não pode ter sua tabela alterada, tampouco o risco de que um time dispare na frente dos demais, a ponto de definir tudo antecipadamente. Além do mais, implicaria o cumprimento sem choro nem vela da lei do acesso e descenso: cairiam dois, três ou quatro, dependendo do número de participantes; subiria o equivalente, seja quem for, sem recursos nem jogadas.
Sabe quando teremos isso, com esses cartolas? Pois é. Então, o mais conveniente é dividir a fase classificatória em chaves. Os campeões se encontram numa segunda fase e, por fim, filtram-se os dois times que disputarão o cetro.
Com várias decisões, entre vencedores, ao longo da competição, haverá bilheteria suficiente para que os clubes mantenham equipes de alto nível etc.
O que não se pode é buscar, entre perdedores, times que voltarão do limbo direto à disputa do título em pé de igualdade com os vencedores. Absurdo que só pode sair da cabeça oca de nossos cartolas.

De qualquer forma, sempre haverá de prevalecer uma certa lógica. E a lógica, nesta noite, aponta para Guarani, Palmeiras e Corinthians, que pegarão, respectivamente, São Paulo, Bahia e Bragantino.
Dos três, o Palmeiras é que deverá encontrar maior facilidade, embora seja o único que joga fora de seu Estado. É que o Bahia, mesmo tendo uma equipe equilibrada, longe está de ser aquele esquadrão de Bobô, Charles e Zé Carlos, que encantou o Brasil. Já o Palmeiras, sir, mesmo sem Edmundo, é timaço. É bem verdade que andou tropeçando. Mas, a partir de hoje, deve se reaprumar definitivamente.
Quanto ao Corinthians, o maior risco é Cilinho, um técnico que, às vezes, surpreende. Sobretudo, quando joga, como agora, na condição de livre-atirador.
Por fim, o Guarani, que ainda outro dia perdeu para esse mesmo São Paulo, desta vez terá sua infernal dupla-de-área, formada por Amoroso e Luisão. Em contrapartida, o tricolor começa a dar sinais de recuperação. E isso é sempre um perigo para qualquer adversário.
Enfim, começa agora o Brasileiro.

O compositor Zé Rodrix descarta a possibilidade de Jaques Terpins sair candidato à presidência do Corinthians. Para ele, o presidente ideal seria outro Terpins – o Tico, ex-joelho de porco. Motivo: é são-paulino.

Muller saiu daqui sob vaia de boa parte da imprensa. E, lá, encontra os japoneses com quatro pedras nas mãos. Nada mais injusto para um craque que, aos 28 anos, disputou três Copas, e que foi figura central de inúmeras conquistas do São Paulo.

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