São Paulo, quarta-feira, 30 de novembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Omissão permitiu atrocidades

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Mesmo para um país acostumado com as mais bizarras formas de crime, Jeffrey Dahmer e seus 17 assassinatos seguidos de canibalismo foram um episódio assombroso, que deixou os norte-americanos horrorizados.
Boa parte desses homicídios poderia ter sido evitada se as autoridades policiais que cuidaram de Dahmer a partir de seu primeiro problema legal, em 1988, tivessem cumprido sua obrigação.
Em 88, Dahmer passou dez meses preso por molestar um garoto de 13 anos. Em liberdade condicional, nunca foi visitado em casa pelos agentes encarregados de fazê-lo. Deixado à vontade, continuou a matar e canibalizar.
Em maio de 1991, dois policiais encontraram um rapaz de 14 anos nu e espancado na rua. Acharam que era uma briga entre homossexuais e devolveram o garoto a Dahmer, que se dizia seu amante. O rapaz foi morto na mesma noite.
Os dois policiais foram demitidos, mas recuperaram seus postos após terem recorrido à Justiça, sob o argumento de que estavam apenas seguindo instruções da polícia para respeitar opções sexuais.
Durante todo o seu julgamento, Dahmer não demonstrou qualquer emoção diante do relato de suas atrocidades nem dos depoimentos dos parentes de suas vítimas.
(CELS)

Texto Anterior: Polícia identifica o assassino do 'canibal'
Próximo Texto: Incêndio em boate mata 233 na China
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.