São Paulo, quinta-feira, 1 de dezembro de 1994
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Poucos pagam, diz tributarista

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

No Brasil, poucos pagam muito imposto. A carga tributária total é baixa em comparação a outros países, porém individualmente muito alta pelas "unidades" que pagam –pessoas físicas e empresas.
A opinião é de Eivany Antonio da Silva, ex-secretário adjunto da Receita Federal (governo Sarney) e diretor da SBS Consultoria Empresarial, sobre a proposta do ministro da Fazenda, Ciro Gomes, de elevar de 25% para 30% a carga tributária em relação ao PIB (Produto Interno Bruto).
Eivany diz que é perfeitamente possível elevar a carga para 30% –ou até mais– sem aumentar as alíquotas ou criar novos impostos. Para isso, basta que todos paguem o que devem. Algumas alíquotas poderiam ser até reduzidas.
A carga tributária no país está em 25%, podendo chegar ao máximo de 26% em 94, diz Eivany. Estudo feito pela OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico) mostra que nos EUA e Japão a carga é de 30%; Suíça, 35%; Inglaterra, 37%; Alemanha, 40% e Suécia, 50%.
No entanto, quando se compara o que cada um paga individualmente (pessoa física e empresa) a relação se inverte. Eivany diz que, neste caso, paga-se mais no Brasil do que em outros países.
Por isso, ele entende que o ministro Ciro Gomes só tem um caminho a seguir para chegar aos 30%: cobrar dos que sonegam. Se o caminho for o tradicional "aumento de alíquotas, quem hoje paga em dia não vai sobreviver."
Para o tributarista Waldir Luiz Braga, do escritório Braga, Marafon & Guizzillini Consultores e Advogados, o governo deveria acabar com os impostos em "cascata" (incidem sobre as etapas de produção e comercialização).

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