São Paulo, quinta-feira, 1 de dezembro de 1994
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Pesquisadores isolam gene da obesidade

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cientistas dos EUA isolaram o gene que regula a obesidade. A descoberta pode levar a remédios que combatam o acúmulo de gorduras.
Os pesquisadores da Universidade Rockefeller, em Nova York, isolaram em camundongos um gene responsável pela síntese do hormônio. Eles publicam o achado hoje na revista "Nature".
Também foi encontrado um gene homólogo em seres humanos. Os genes de homens e camundongos são 84% iguais. Mamíferos e animais como galinhas e enguias também têm genes semelhantes.
Células gordurosas de camundongos com o gene ativo secretam um hormônio capaz de "controlar" a obesidade. Esse hormônio emite ao cérebro um sinal que leva o animal a comer menos.
Mas animais com um defeito no gene deixam de secretar o hormônio e se tornam obesos. Eles também têm maior chance de desenvolver um tipo de diabetes.
Embora o defeito genético não seja a única causa de obesidade, o gene parece ser fundamental para o controle da quantidade de gordura no corpo.
Para combater a obesidade, cientistas sintetizariam o hormônio artificialmente e poderiam receitá-lo a pessoas incapazes de produzi-lo.
A obesidade aumenta o risco de doenças como hipertensão, diabetes e alguns tipos de câncer.
O defeito genético que leva à obesidade foi descoberto em 1950 nos camundongos. O gene responsável ficou conhecido como ob (abreviação do inglês obese).
Desde então, vários cientistas tentavam isolar o gene. Agora a equipe de Timothy Rink, da Universidade Rockefeller, conseguiu.
Bronzeamento
Outro artigo na mesma edição da revista "Nature" indica que o bronzeamento é resultado dos mecanismos de proteção do organismo contra a ação dos raios ultravioleta do Sol.
O artigo sugere um método de bronzeamento mais eficaz, sem risco de câncer de pele e sem necessidade de permanecer horas ao Sol.
Cientistas da Universidade de Boston revelam que uma solução de material genético danificado por raios ultravioleta estimulou um sistema químico de reparo celular. O sistema foi eficaz para produzir bronzeamento em cobaias.
Segundo os pesquisadores, o bronzeamento é uma adaptação do organismo para tentar combater o efeitos dos raios ultravioleta.
Nas cobaias, a solução foi capaz de multiplicar por sete a quantidade da proteína responsável pelo escurecimento (a melanina).
Próstata
A quantidade de DNA em tumores na próstata pode determinar a agressividade do câncer.
Esse é o resultado de uma pesquisa da Faculdade de Medicina de Albany (Estado de Nova York, EUA), apresentado ontem no Congresso da Sociedade Radiológica da América do Norte.
Os cientistas descobriram que quanto maior fosse a quantidade de DNA encontrada em amostras de tumor de próstata, mais rápido era o desenvolvimento do câncer.
A descoberta pode ajudar médicos a decidirem quando aplicar um tratamento mais agressivo para conter a doença.
"Alguns cânceres precisam de tratamentos agressivos, outros de apenas uma espera vigilante", afirmou Matthew Rifkin, autor da pesquisa.

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