São Paulo, quinta-feira, 1 de dezembro de 1994 |
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Casa do Estudante de Recife tem 2 mortes em 6 dias por enforcamento
FÁBIO GUIBU
A princípio, a polícia acredita em suicídio. Os corpos estavam pendurados por lençóis amarrados no pescoço. A primeira morte ocorreu na quinta passada. A vítima foi o estudante de comunicação visual Samuel Bento, 27. O segundo caso foi na noite de anteontem com Gilvan Rodrigues da Silva, 20, que cursava engenharia eletrônica. O secretário de Segurança do Estado, Augusto Costa, disse que ainda não há como determinar o que provocou as mortes. A preocupação inicial, afirmou, é verificar se há relação entre os dois casos. Por determinação de Costa, as investigações e o inquérito passaram a ser conduzidos pela Delegacia de Homicídios. Ele afirmou que há necessidade de "cautela" na apuração das mortes, porque elas coincidiram com um período de manifestações na universidade. Desde a semana passada, os universitários reivindicam melhorias na estrutura da casa do estudante, onde moram cerca de 200 pessoas. Eles reclamam da falta de água tratada, afirmam que passam fome e que os prédios estão infestados de cupins. Ontem, os estudantes fizeram nova passeata de protesto e parte deles acampou em frente à reitoria da universidade. Segundo o diretor de Assuntos Estudantis da universidade, Nicodemus Pontes Filho, a instituição já está cuidando do caso. Pontes Filho disse que recebeu uma pauta de reivindicações "que será cumprida no que for possível, dentro do orçamento". Sobre as mortes, o diretor disse estar "surpreso", principalmente com a primeira delas. "Ao contrário do que ocorreu com Gilvan, nada indicava a possibilidade de suicídio de Samuel Bento", afirmou. Segundo o diretor, Gilvan era depressivo e se submetia a acompanhamento psicológico semanal. Horas antes de ser encontrado morto, o estudante brigou com colegas e jogado uma cadeira da janela. Texto Anterior: Rondônia; Amazonas Próximo Texto: As contas da educação Índice |
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