São Paulo, sexta-feira, 2 de dezembro de 1994
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Reunião de 42 países discute combate à Aids

ANDRÉ FONTENELLE
DE PARIS

O Brasil e outros 41 países assinaram ontem em Paris uma declaração em que se comprometem a lutar em conjunto contra a Aids e o preconceito.
"Estamos aqui para declarar estado de emergência em escala planetária. O tempo nos pressiona. É preciso agir sem tardar", discursou o secretário-geral das Nações Unidas, Boutros Boutros-Ghali.
Foi o primeiro encontro de cúpula mundial sobre a Aids. No entanto, a declaração final foi criticada pela falta de medidas concretas.
Na Champs-Elysées, principal avenida parisiense, manifestantes da associação Act Up se deitaram no asfalto, para protestar contra o texto final.
O primeiro-ministro francês, Edouard Balladur, abriu o encontro pedindo que os 42 países cumpram a declaração. "Esta conferência não pode ser apenas uma reunião comum."
Balladur anunciou que a França vai liberar 100 milhões de francos (US$ 18,5 milhões) para o combate à doença.
Os 42 países se comprometem a proteger os direitos dos soropositivos, aidéticos e grupos de risco; associar governos a órgãos não-governamentais; aumentar o acesso à prevenção, informação e transfusões de sangue sem riscos.
Países como EUA e Japão assinaram a declaração, embora imponham restrições à entrada de soropositivos. Na Rússia, o parlamento aprovou recentemente testes obrigatórios para os estrangeiros.
Candidatura
A brasileira Lair Guerra, diretora do Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, concorre à vice-presidência do novo programa da ONU de combate à Aids.
O novo Programa Conjunto Co-Patrocinado começa em janeiro, unindo Unesco, Unicef e Banco Mundial. A eleição da diretoria deve ser no dia 12.
"A indicação é um reconhecimento pelo trabalho do Brasil contra a Aids", disse Lair.
No encontro, o Brasil criticou a ausência, no texto final, de uma menção específica ao problema da contaminação por uso intravenoso de drogas.

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