São Paulo, sexta-feira, 2 de dezembro de 1994 |
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Setor de máquinas têxteis vai faturar 30% mais em 94
FÁTIMA FERNANDES
"As vendas de máquinas precisam crescer mais para alcançar nossos melhores anos", diz Sérgio Magalhães, presidente da Abimaq. Ele conta que entre 1970 e 1980 a produção de máquinas no Brasil era da ordem de US$ 22 bilhões por ano. Países como Itália e Espanha, afirma, investem anualmente de US$ 25 bilhões a US$ 35 bilhões em equipamentos. Um exemplo típico da expansão atual do setor é a Bitzen, fabricante de equipamentos para indústrias de ar condicionado, de câmaras frigoríficas, de gôndolas para supermercados etc. Depois do real, as encomendas da Bitzen aumentaram 60%. Os pedidos em carteira já equivalem a oito semanas de produção. Antes, não passavam de três semanas. Imre Nagy, presidente, diz que a empresa deverá faturar neste ano US$ 25 milhões, 67% mais do que em 1993. E tem planos para produzir 25% mais no ano que vem. A Romi, fabricante de máquinas-ferramentas e injetoras de plásticos, informa que até outubro deste ano vendeu 40% mais do que em igual período do ano passado. Álvares Romi, diretor vice-presidente, diz que as encomendas vieram mais fortemente da indústria automobilítica, de autopeças, de equipamentos agrícolas etc. "Antes do real estávamos operando com 50% da capacidade. Agora passamos para 80%", festeja. De outubro de 1993 até outubro deste ano, a Romi contratou 325 pessoas para a produção. Hoje, tem cerca de 1,9 mil empregados. Os fabricantes de máquinas para a indústria alimentícia e farmacêutica comemoram. Alguns dobraram as vendas de julho até agora. A Inoxil, por exemplo, faturava antes do real cerca de US$ 150 mil a US$ 200 mil por mês. Passou para US$ 350 mil a US$ 400 mil, informa Willy Lehmann Andersen, diretor vice-presidente. Segundo ele, as indústrias de laticínios são as principais clientes. "Há grandes encomendas das empresas de massas e maioneses." Andersen conta que a demanda por máquinas cresceu tão rapidamente que a Inoxil foi obrigada a contratar 20 funcionários para a produção. Hoje, ela emprega 100 pessoas. A Irmãos Semeraro, fabricante de máquinas injetoras para plásticos, é outra que não tem do que reclamar: está com a produção vendida até maio. Até lá, a empresa tem garantida a entrega de 18 a 20 pequenas injetoras por mês. Estas são muito usadas na fabricação de brinquedos, pentes, utilidades domésticas, canetas, seringas etc. "Depois do real as vendas aumentaram 15%", diz Nelson Semeraro, presidente.. Neste momento, conta ele, a empresa está operando com 85% da capacidade. No ano passado, este percentual não passava de 75%. "Só não estamos produzindo mais porque há falta de mão-de-obra obra especializada", afirma. Têxtil A indústria têxtil também passou a investir em máquinas. As empresas que atendem este setor vão faturar este ano 30% mais do que no ano passado. Foi o que constatou levantamento do departamento de máquinas e acessórios têxteis da Abimaq. A previsão para as 140 indústrias de máquinas têxteis do país é a de faturar de US$ 380 milhões a US$ 390 milhões este ano. No ano passado, foram US$ 308 milhões. Hiroyuki Sato, que coordena o departamento na Abimaq, diz que as vendas retomaram –especialmente para as fiações e tecelagens–, mas ainda estão abaixo das registradas na década de 70. A indústria de máquinas têxteis, conta Sato, chegou a faturar US$ 500 milhões por ano naquele período. Texto Anterior: O impasse cambial Próximo Texto: Pepsi-Cola reforça sabor e lança ofensiva de US$ 430 mi" Índice |
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