São Paulo, sexta-feira, 2 de dezembro de 1994
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Mercado futuro reage com queda nos juros

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O mercado acionário esteve bastante nervoso ontem. Os índices das Bolsas de Valores iniciaram o dia em alta com a divulgação de nomes da equipe de Fernando Henrique Cardoso. Entre eles, Pedro Malan para o Ministério da Fazenda e Pérsio Arida para o Banco Central.
Fernando Henrique não confirmou os nomes da equipe e as Bolsas perderam o fôlego.
No período da tarde voltaram a aparecer boatos de quebras de instituições financeiras. Há a expectativa de reedição da carta circular 2.511 –cancelada na última sexta-feira– que cria compulsório sobre as operações de "export notes" (espécie de nota promissória de exportações). Há quem acredite que alguns bancos pequenos não terão recursos para cumprir o compulsório e serão liquidados.
O consenso ontem no mercado era de que o compulsório deverá dar continuidade à "crise de liquidez" e a falta de dinheiro em algumas instituições financeiras deve prosseguir.
Os índices das Bolsas fecharam estáveis em relação ao dia anterior. O volume de negócios na Bolsa paulista foi considerado significativo: R$ 319,66 milhões. Os investidores estrangeiros continuaram ausentes do mercado. A expectativa é de que os recursos externos só retornarão às Bolsas em 1995, após as reformas constitucionais (com ênfase ma privatização).
Os juros recuaram ontem no mercado futuro, refletindo expectativa de inflação menor para dezembro. O mercado acredita que uma das políticas de Pérsio Arida seja a redução gradativa das taxas de juros, para viabilizar a Taxa de Juro de Longo Prazo.
O mercado futuro de DI (Depósito Interfinanceiro) na Bolsa de Mercadorias & Futuros para dezembro registrou queda de 4,17% no dia anterior para 4,13% ontem. Para janeiro, a perspectiva de juro caiu de 3,92% no dia anterior para 3,85% ontem.
No mercado cambial, o Banco Central não atuou e as cotações subiram.

Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,150% no dia 1º. As taxas do over variaram entre 5,37% e 5,40% ao mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas variaram entre 5,46% e 5,48% ao mês.
CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,4782%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 35% e 57,8% ao ano para 32 dias. CDBs pós-fixados de 182 dias: 17,5% ao ano mais Taxa Referencial.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa foi de 6,83% ao mês. Para 32 dias (capital de giro): média de 80,46% ao ano.
No exterior
Prime rate: 8,5% ao ano. Libor: 6,56% ao ano.
Bolsas
São Paulo: baixa de 0,07%, fechando com 46.523 pontos e volume financeiro de R$ 319,66 milhões, contra R$ 450,11 milhões no dia anterior. Rio: valorização de 0,2% (I-Senn), fechando com 20.386 pontos e volume financeiro de R$ 164,42 milhões, contra R$ 42,60 milhões no dia anterior.
Bolsas no exterior
Londres: o índice Financial Times fechou a 2.340,80 pontos, contra 2.365,50 pontos no dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 19.013,60 pontos, contra 19.075,62 pontos.

Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,853 (compra) e R$ 0,854 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,843 (compra) e R$ 0,845 (venda). "Black": R$ 0,850 (compra) e R$ 0,860 (venda). "Black" cabo: R$ 0,850 (compra) e R$ 0,857 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,830 (compra) e R$ 0,860 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: estável, fechando a R$ 10,35 o grama na BM&F.
No exterior

Segundo a "Reuters", em Londres ontem a tarde a libra fechou cotada a US$ 1,5647. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 378,60, contra US$ 380,70 no dia anterior.

No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para dezembro foi de 4,13% e de 3,85% para janeiro.
No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para dezembro ficou em 47.000 pontos.
No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para dezembro fechou a R$ 0,883 e para janeiro a R$ 0,903.

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