São Paulo, sexta-feira, 2 de dezembro de 1994
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Soldados acabam com a brincadeira

RONALDO SOARES
FREE-LANCE PARA A FOLHINHA

Quando os militares estão trabalhando, é comum os meninos tentarem se aproximar dos soldados para ver as armas, enquanto as meninas ficam paquerando os recrutas.
"Tem um que é meu namorado", diz Josiane Beatriz, 7, que mora no morro da Mangueira. Ela é aluna da Escola Municipal Humberto de Campos.
Josiane é fã dos filmes de Bruce Lee e gostou da presença dos soldados no morro. "Agora não sai mais tiro, os traficantes não fazem mais guerra", diz.
Sua colega de classe, Joice Campos, 7, não reclamou quando viu um primo sendo preso durante uma blitz do Exército na Mangueira: "Ele é vagabundo".
Blitz é quando os policiais vão até algum lugar, sem avisar, para ver o que está acontecendo.
O sonho de Joice é trabalhar na polícia. Ela já segurou uma pistola calibre 45 e achou a arma "pesadona".
Monique Sacramento da Silva, 7, que também mora na Mangueira, não gostou de ter sido revistada por um soldado. "Ele abriu a bolsa da gente, que só tinha fralda".
Monique também não gosta das ações militares nos morros porque "quando os soldados chegam, a gente tem que parar de brincar", explica.

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