São Paulo, sábado, 3 de dezembro de 1994
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Glória hospeda três presidentes em 24 h

Sarney, Itamar e FHC ocupam suítes

DA SUCURSAL DO RIO

Em menos de 24 horas, três presidentes brasileiros –um ex, o atual e o eleito– estiveram sob o teto do mesmo hospedeiro no Rio: o Hotel Glória, no bairro da Glória (centro).
José Sarney, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso ocuparam suítes especiais no 10º andar do hotel, entre quinta e sexta-feira.
O problema é que a suíte presidencial –com o nome do dono– o hotel só tem uma. E esta ficou para o presidente eleito, FHC.
FHC saiu do hotel ontem de manhã, antes que Itamar Franco chegasse. Mas a suíte preparada para o atual presidente era outra –a imperial.
Sarney hospedou-se na suíte Glória. "São tão boas quanto a presidencial, só um pouco menores", disse o dono do Glória, Eduardo Tapajós.
A suíte presidencial tem dois quartos, três salas e banheiros, numa área de 480 metros quadrados. A diária custa US$ 1.500. As outras duas têm área de 390 metros quadrados.
Eduardo Tapajós afirma que a preferência dos presidentes pelo Glória tem a idade exata do hotel –72 anos– e foi inaugurada pelo presidente Epitácio Pessoa, que, em 1922, foi morar lá com a família.
A localização do Glória ajudou a fazer a tradição de hóspedes ilustres: era o meio do caminho entre o Palácio do Catete (antiga sede do governo federal no Rio) e o antigo Senado (na Cinelândia).
A capital se transferiu para Brasília e o prédio do Senado foi demolido, mas o Glória continuou hospedando presidentes. Sarney e Itamar Franco foram os mais constantes.
"Todos já eram meus hóspedes antes. A festa de casamento de Itamar foi aqui. Às vezes acho que esse hotel é um tremendo pé quente", afirma Tapajós.
Ele diz que sigilo, segurança e bom serviço são as qualidades necessárias para quem hospeda presidentes.
Um circuito interno de TV mostra à equipe de segurança do hóspede presidencial todo o caminho até a portaria do hotel e a cena –comum– da multidão de jornalistas na recepção.
"É tudo muito simples. Só tenho medo de que qualquer dia a correria aqui embaixo acabe quebrando minhas portas de cristal. Cada vez que o presidente desce, penso: é hoje".

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