São Paulo, sábado, 3 de dezembro de 1994
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Banqueiro pede livre mercado para moeda

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do Conselho de Administração do Unibanco, Roberto Bornhausen, defendeu ontem uma "abertura monetária", ou seja, "o fim da reserva de mercado da moeda do governo" que em uma segunda etapa chegaria "ao fim do monopólio do BC (Banco Central) de emitir moeda".
Com o fim do monopólio do BC, passariam a existir moedas privadas. Uma entidade financeira emitira uma moeda que concorreria com a moeda do governo. Esta seria utilizada, obrigatoriamente, apenas para os pagamentos dos impostos.
Este sistema, segundo Bornhausen, é apenas a transposição do livre mercado também para a moeda. Para ele, a vantagem é que o governo perderia o imposto inflacionário.
"O governo não poderia obrigar ninguém a transacionar com a sua moeda", disse.
Bornhausen fez estas afirmações durante a entrega do prêmio "O Equilibrista" de executivo financeiro do ano, entregue a Tomas Zinner, presidente do Unibanco, pelo Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros).
A privatização da emissão da moeda só chegaria em uma segunda etapa, mas a livre negociação com qualquer moeda poderia, no entender de Bornhausen, ocorrer em prazo curto.
O banqueiro cita como exemplo a Argentina, onde tanto o peso quanto o dólar são aceitos no mercado local.

Prêmio
Zinner, o ganhador do prêmio, disse que o governo deverá retirar as medidas de contenção ao crédito já no primeiro trimestre do ano que vem.
Em seu modo de ver, "o problema de inibição de financiamento de consumo era algo que tinha que ser feito, mas que seja temporário".
Para ele, como o primeiro trimestre é historicamente ruim de vendas, as medidas do governo poderiam ser revistas.
Zinner disse ainda que mesmo antes de se encerrar o segundo semestre, já dá para saber que o resultado do Unibanco será pior do que no mesmo período do ano passado. Ele não quis falar em números.
Quanto ao ano que vem, Zinner disse que o banco investirá, no mínimo, US$ 100 milhões principalmente em modernização tecnológica. O banco não pretende aumentar expressivamente o número de agências.

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