São Paulo, segunda-feira, 5 de dezembro de 1994 |
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Operação apreende 80 carros em Acari
RICARDO FELTRIN
Na feira, que existe há 24 anos, funciona a chamada "Robauto" –meca carioca do comércio de autopeças furtadas. Pelo menos 150 vendedores foram autuados por fiscais. Ninguém foi detido. Cerca de 80 carros carregados de autopeças (radiadores, toca-fitas, escapamentos) sem notas fiscais foram apreendidos. Segundo o coordenador de Licenciamento e Fiscalização da Secretaria da Fazenda, Ruy Cezar, 48, "os vendedores poderão retirar as mercadorias mediante apresentação das notas fiscais". Cerca de 300 soldados deram apoio ao trabalho de repressão dos fiscais municipais. O Exército utilizou três helicópteros. A ação começou a ser articulada à 0h e durou até as 16h. Foi baseada em decreto publicado no "Diário Oficial do Município" sexta-feira. O decreto extingue a feira de Acari e prevê sua mudança para um novo local que deve ser definido ainda esta semana, segundo o subprefeito Alexandre Cerruti, 35. O presidente da Associação dos Feirantes de Acari, Marquisá Morais Martins, considerou a operação "um golpe baixo" e disse que "ela vai continuar". Segundo ele, a maioria dos 4.000 comerciantes da associação tem notas fiscais, "com exceção de um ou outro vendedor de sucata." A associação deve realizar hoje um protesto em frente à prefeitura contra o decreto. Na ação, foi encontrada uma casa com mercadorias contrabandeadas. Não foram revelados a quantidade e o valor das mercadorias. Apesar da ação, pelo menos 20 comerciantes expulsos de seu pontos aguardaram a saída dos fiscais e voltaram a montar suas bancas a cerca de 200 metros do local. O porta-voz da operação, major Francisco Paiva, 37, disse que o novo local ocupado estava "sob reconhecimento". Paiva disse que a ação não tinha a finalidade de reprimir o tráfico de drogas no local. Texto Anterior: CML diz que militar reagiu a tiro Próximo Texto: Ação vai até março, diz ministro Índice |
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