São Paulo, segunda-feira, 5 de dezembro de 1994
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Ação vai até março, diz ministro

WILLIAM FRANÇA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O ministro da Justiça, Alexandre Dupeyrat, disse ontem que o Exército pode sair definitivamente das ruas do Rio em três meses. "Depende da nova estrutura que for montada para as polícias Civil e Militar do Rio. Se houver investimento, em março não há mais Exército", afirmou.
Segundo Dupeyrat, nessa nova fase caberão às forças policiais federais –no caso a Polícia Federal e as Forças Armadas– apenas os serviços de inteligência e informação. "Polícia nas ruas quem deve manter é o governo do Rio."
O ministro da Justiça lembrou que não se pode deixar um vácuo nessa ação policial. "O Exército não pode sair e ninguém assumir, senão o território volta a ser ocupado pelo crime", afirmou.
Dupeyrat disse que é imprescindível que a polícia tenha comando único, para evitar que cada um haja como quiser, em ações distintas.
Esta semana, o ministro da Justiça deve se encontrar com o general da reserva Euclimar da Silva, indicado para a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro. Na conversa, Dupeyrat repassará ao general detalhes da operação.
O presidente Itamar Franco disse que está achando "positiva" a ação das Forças Armadas no Rio, que deixou na cidade "um ambiente mais tranquilo e saudável".
Itamar ouviu do cardeal-arcebispo do Rio, dom Eugênio Salles, elogios às operações. "Recebi cumprimentos do cardeal pela fórmula democrática a que chegamos, sem que tenha sido preciso decretar estado de defesa ou fazer uma intervenção federal".
Num discurso que fez no Hotel Glória, durante almoço ontem, Itamar disse que "não é possível admitir que marginais pretendam substituir o Estado nos subúrbios das grandes cidades". Para ele, o Estado "tem que garantir a incolumidade dos cidadãos e seus bens".
Segundo Itamar, caso o governo do Rio deseje, o convênio com as Forças Armadas será renovado. "Se o governo quiser romper antes, estamos prontos para atendê-lo, mas acredito que não é o caso e que deva haver renovação".

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