São Paulo, segunda-feira, 5 de dezembro de 1994
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China acusa EUA de barrar acesso ao Gatt

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A China acusou ontem os EUA de estarem impedindo seu ingresso no Gatt (Acordo Geral de Tarifas e Comércio). O motivo seria o preconceito contra um dos últimos regimes comunistas do mundo.
Os EUA não estariam levando em consideração os esforços econômicos da China. O país iniciou uma série de reformas em sua economia depois que o atual líder político, Deng Xiaoping, assumiu o poder em 1978, no sentido de introduzir conceitos capitalistas ao regime comunista.
Os EUA dizem que nós continuamos a ser uma economia planificada apenas porque o país é liderado por comunistas, acusa Yu Peiwei, do Ministério do Comércio Exterior.
Os EUA se dizem preocupados com restrições comerciais ainda em vigor na China, tais como tratamento diferenciado para empresas chinesas e estrangeiras e desrespeito à propriedade intelectual.
Os EUA não aceitam que a China obtenha as concessões que os países em desenvolvimento têm direito. A China argumenta que continua fazendo muitos esforços para modernizar-se, e teria direito a essas concessões.
O Gatt foi assinado por 124 países em 15 de abril deste ano em Marrakech, no Marrocos. Representou uma grande redução de tarifas e barreiras para uma maior liberalização comercial. Os chineses estavam presentes, numa tentativa de aproximação com o Gatt.
O Gatt deve ser substituído em 1º de janeiro de 1995 pela OMC (Organização Mundial de Comércio). A China tenta ser aceita até esta data para poder constar entre os membros fundadores da OMC.
A China precisa do mundo, mas o mundo precisa da China, afirmou o premiê Li Peng.
As negociações continuam a ocorrer a partir de hoje em Genebra. Os EUA estudam uma hipótese de aceitar formalmente a China como membro fundador da OMC, mas na prática atrasar sua entrada real na organização.

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