São Paulo, terça-feira, 6 de dezembro de 1994
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Setor aeronáutico fora da privatização

MARIA REGINA ALMEIDA
DA FOLHA VALE

As empresas do setor aeronáutico devem ficar de fora do leilão de venda da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), que acontece amanhã, em São Paulo.
A possibilidade de exclusão das empresas aeronáuticas serviu como argumento para o comitê contra a privatização da Embraer reforçar a tese de que a empresa poderá se transformar em uma "montadora" de aviões.
A Folha apurou que os fundos de pensão deverão ser os maiores acionistas da Embraer e devem adquirir cerca de 50% de um total de 55,4% das ações destinadas à iniciativa privada.
Fundos de pensão como a Sistel (Fundação Telebrás de Seguridade Social), Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil) e Petros (Fundação Petrobrás de Seguridade Social) participaram da reunião para os interessados na compra da Embraer.
A participação dos bancos nas reuniões representou mais de 70%. Entre os maiores estiveram presentes o Banco Bozano Simonsen, Bank of America, Bradesco e Banco Francês e Brasileiro.
O diretor da empresa de consultoria Nova Trade, Ozílio Carlos da Silva, confirmou que a maioria dos interessados na compra da Embraer é formada por fundos de pensão e bancos.
Silva, que foi superintendente da Embraer de 85 a 89, coordena a formação de consórcios para participação no leilão. Ele não revelou os nomes dos bancos e fundos de pensão.
A mesma estratégia é mantida pela direção da Embraer, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e comissão diretora do PND (Programa Nacional de Desestatização).
Silva disse que existem poucas empresas estrangeiras participando do processo de compra e nenhuma ligada ao setor aeronáutico.
A Folha apurou que as empresas norte-americanas Martin Marietta, ligada ao setor aeroespacial, Northrop, fabricante de aviões e sócia da Embraer em concorrência nos EUA, e a Raytheon, vencedora da licitação do Sivam, desistiram do leilão.
A Embraer está em crise há quatro anos e poderá fechar o ano com o pior desempenho da sua história.

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