São Paulo, terça-feira, 6 de dezembro de 1994 |
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Covas reage a 'superpacote' de Fleury
EMANUEL NERI
"Não tenho dúvidas de que compromete", afirmou o tucano. Ele reclamou do fato de não ter sido consultado a respeito. "Acho que seria razoável consultar o (governador) eleito", disse. Segundo cálculos do PSDB, o "superpacote" de Fleury poderá acrescentar gastos superiores a R$ 1 bilhão por ano no orçamento paulista. A maioria dos projetos concede benefícios a funcionários. Covas reconhece que Fleury tem prerrogativas para enviar projetos à Assembléia até o dia 31 de dezembro, mas considera a iniciativa precipitada. Faltam apenas 24 dias para o término do mandato de Fleury. Os tucanos acham que, além de comprometer as finanças do Estado, o pacote criará problemas com servidores que não forem beneficiados com os projetos. Covas disse que, se fosse governador em fim de mandato, consultaria seu sucessor sobre medidas desse porte. Fleury quer tirar proveitos políticos dos projetos. Eles aumentam vencimentos de quase todo o funcionalismo, com exceção dos servidores das áreas de saúde e educação. Também privilegia setores do funcionalismo como fiscais de renda, que receberão gratificações em dobro. Um dos projetos reduz de 30 para 25 anos o tempo para aposentadoria de mulheres policiais. Na última sexta-feira, ao tomar conhecimento dos projetos, Covas falou por telefone com Fleury. O atual governador disse que as medidas apenas cumpriam acordos anteriores com o funcionalismo. É a quarta vez nos últimos 15 dias que Fleury e Covas entram em rota de confronto. A primeira ocorreu quando o atual governador alterou lei para receber benefícios em sua aposentadoria. Logo depois, Fleury conseguiu aprovar a venda de um terço das ações da Eletropaulo. Covas suspeita que a venda sirva para pagar dívida do Estado com empreiteiras. Ele pretendia submeter essa dívida a uma auditoria. Texto Anterior: Poder volta de bom humor à mesma praça Morungaba Próximo Texto: OS PROJETOS DE FLEURY Índice |
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