São Paulo, terça-feira, 6 de dezembro de 1994 |
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Tropas têm ordem de 'responder com fogo'
FERNANDO RODRIGUES
Segundo o porta-voz da Operação Rio, coronel Ivan Cardozo, o carro em que estava Pacheco "furou o bloqueio e não obedeceu à determinação de parar". Depois de tentar passar pela barreira do Exército, Pacheco teria atirado contra os soldados. "Ele tinha que ser detido. A tropa tem que responder com fogo", disse Cardozo ontem à tarde, no Comando Militar do Leste, sede da Operação Rio. O porta-voz foi econômico nas informações sobre a morte de Pacheco. Deixou sem resposta, entre outras, as seguintes perguntas: 1) Por que o Exército atirou para matar se o carro já estava com os pneus furados, por causa de "miguelitos" (pregos) colocados no asfalto pelos soldados da barreira? 2) Por que o Exército não divulgou o número de tiros que Pacheco teria disparado contra a barreira? 3) Por que o Exército não divulga o número de tiros disparados pelos soldados contra o carro dirigido por Pacheco? Como de costume, Cardozo utilizou a frase que repete desde o início da Operação Rio quando o Exército não quer se pronunciar sobre algum assunto: "Eu não tenho essas informações." O Exército também divulgou ontem que Pacheco havia morrido por causa de dois tiros, "um na cabeça e um no peito". Como o laudo oficial mostra que Pacheco recebeu cinco tiros (leia texto ao lado), Cardozo também não soube esclarecer a diferença. "Talvez tenham sido dois os tiros fatais", disse. Uma outra pessoa, Eduardo Antônio Maia, que estava no carro junto com Pacheco está preso no quartel do 1º Batalhão da Polícia do Exército. A Justiça Militar está responsável pelo caso, pois tropas militares estão envolvidas. Texto Anterior: D. Eugênio discute supostas torturas Próximo Texto: Vítima do exército levou 5 tiros Índice |
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