São Paulo, terça-feira, 6 de dezembro de 1994
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Policial envolvido em chacina vai a novo julgamento

PAULO FERRAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Começou ontem o novo julgamento do carcereiro José Ribeiro, um dos três policiais acusados de provocar a morte de 18 presos no 42º DP, no Parque São Lucas (zona leste de São Paulo). A chacina ocorreu em 5 de fevereiro de 89.
No primeiro julgamento, em novembro de 93, Ribeiro foi condenado a 45 anos, mas a defesa recorreu. A previsão é de que o julgamento iniciado ontem no 1º Tribunal do Júri do Fórum Regional de Vila Mariana demore três dias.
No dia da chacina, 50 presos do 42º DP se rebelaram após uma tentativa de fuga. Controlada a rebelião, os presos foram obrigados a entrar em uma cela-forte de 4,5 m2 que não tinha ventilação. Uma hora depois, a cela foi aberta e 18 presos estavam mortos por asfixia.
Os três policiais acusados da chacina já foram julgados. O investigador Celso José da Cruz foi condenado a 516 anos de prisão. O delegado Carlos Eduardo Vasconcelos foi absolvido, mas a promotoria recorreu da sentença.
O carcereiro José Ribeiro foi condenado a 45 anos pelas 18 mortes e pela tentativa de morte contra os outros 32 presos.
Segundo o promotor Antonio Carlos Da Ponte, a defesa recorreu por causa da pena recebida por Ribeiro em uma das acusações. "A lei permite o protesto (recurso) sempre que um réu é condenado a uma pena igual ou superior a 20 anos por um só crime.", disse.
O carcereiro acusado recebeu ainda da Justiça o direito de aguardar seu novo julgamento em liberdade. O promotor Da Ponte disse ontem que o julgamento vinha sendo adiado desde o final de 93.
No julgamento iniciado ontem, a defesa do carcereiro deve manter a tese de homicídio culposo (quando uma pessoa mata sem intenção de fazê-lo) utilizada no primeiro júri.

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