São Paulo, terça-feira, 6 de dezembro de 1994
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Dólar comercial vai a R$ 0,869 na venda

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A regulamentação do novo compulsório causou uma turbulência no mercado financeiro. As cotações do dólar comercial saíram de R$ 0,857 e chegaram a R$ 0,869, quando o Banco Central interveio e passou a vender dólar a R$ 0,860.
Após uma enxurrada de dólares colocados no mercado pelo Banco Central, as cotações recuaram para até R$ 0,849 no fechamento. O Banco Central informou que as cotações médias ontem ficaram em R$ 0,856 para compra e R$ 0,858 para venda.
Georges Chaix, diretor-superintendente do BFB (Banco Francês e Brasileiro), diz que o compulsório sobre títulos como as "export notes" (notas de exportação) e as operações de "box" nas Bolsas devem acarretar redução na rentabilidade para os aplicadores e um novo aumento nos juros para os tomadores de crédito.
Os fundos de commodities que tiverem "export notes", por exemplo, na carteira de investimentos devem ter uma queda em sua rentabilidade. Isso deve provocar um melhor rendimento nos fundos de renda fixa do que o de commodities.
A desvantagem dos fundos de renda fixa é que o dinheiro só fica disponível com rentabilidade a cada 28 dias, perdendo a característica de saque diário –passada a carência de 30 dias– do fundo de commodities.
Chaix diz que a instituição estava trabalhando com uma expectativa de juro médio para os empréstimos de 20% ao ano em 1995. A projeção deve ser revista para 25% ao ano, após as mudanças no compulsório.
O índice IPC-Fipe foi de 3,02% no fechamento de novembro, confirmando a tendência de queda observada na semana anterior. Os juros mantiveram-se ontem praticamente estáveis.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,132% no dia 1º. A taxa média do over foi de 5,46% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,54% ao mês.
CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,4953%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 40% e 62,7% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 121 dias: 17% ao ano mais Taxa Referencial.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,72% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): média de 65,55% ao ano.
No exterior
Prime rate: 8,50% ao ano. Libor: 6,69% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 2,34%, fechando com 46.313 pontos e volume financeiro de R$ 153,99 milhões, contra R$ 170,86 milhões no dia anterior. Rio: alta de 0,5% (I-Senn), fechando com 19.890 pontos e volume financeiro de R$ 193,87 milhões, contra R$ 31,08 milhões no dia anterior.
Bolsas no exterior
Londres: o índice Financial Times fechou a 2.331,30 pontos, contra 2.323,80 pontos no dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 19.305,66 pontos, contra 18.998,30 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,856 (compra) e R$ 0,858 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,855 (compra) e R$ 0,857 (venda). "Black": R$ 0,855 (compra) e R$ 0,865 (venda). "Black" cabo: R$ 0,860 (compra) e R$ 0,865 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,840 (compra) e R$ 0,870 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 0,10, fechando a R$ 10,42 o grama na BM&F.
No exterior
Segundo a UPI, em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,5590, contra US$ 1,5598 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5741 marco alemão, contra 1,5780 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 100,54 ienes, contra 99,58 no dia anterior. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 375,50.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para dezembro foi de 4,11% e de 3,76% para janeiro.
No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para dezembro ficou em 47.400 pontos e para fevereiro a 51.500 pontos.
No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para dezembro fechou a R$ 0,874 e para janeiro a R$ 0,896.

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