São Paulo, terça-feira, 6 de dezembro de 1994
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Semifinalistas jogam 'à norueguesa'

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 08/12/94

Foto da capa desta caderno que mostra o jogador Zinho é de autoria de antonio Gaudério.
O uso de cinco jogadores no meio-campo deve ser a marca das semifinais do Campeonato Brasileiro, que começam amanhã. Sem poder contar com um de seus atacantes, os técnicos decidiram reforçar o meio-campo.
Guarani, Palmeiras, Corinthians e Atlético-MG devem ter cada um cinco jogadores no meio-campo –incluindo o corintiano Marcelinho, que, apesar de jogar adiantado, é o principal armador do time.
O fato curioso é que nenhum dos técnicos semifinalistas é adepto desse esquema de jogo, que mantém apenas um atacante de fato. Todos eles chegaram ao modelo por circunstâncias inesperadas.
Palmeiras e Corinthians perderam por suspensão seu atacante mais famoso.
Edmundo cumpre pena de 40 dias mais cinco jogos por ter sido o pivô da briga entre jogadores de Palmeiras e São Paulo, dia 30 de outubro. Já Viola levou o terceiro cartão amarelo domingo passado.
Já o problema que atingiu Atlético-MG e Guarani foram os joelhos de seus atacantes. No dia 20 de novembro, contra o Criciúma, o atleticano Renaldo torceu o joelho direito. Foi operado e só volta a treinar no ano que vem.
Amoroso tem o mesmo problema, só que no joelho esquerdo. Sofreu a entorse na primeira partida das quartas-de-final contra o São Paulo, no Morumbi. Na segunda, sábado em Campinas, só aguentou 19 minutos em campo.
O Atlético é o único time que já se adaptou a jogar com um atacante. O "quinteto mágico", com a entrada do veterano Éder Aleixo (da seleção na Copa de 82), estreou com vitória de 1 a 0 no clássico contra o Cruzeiro, dia 23 de novembro, pela repescagem.
O esquema se consagrou na vitória de 2 a 0 sobre o Botafogo nas quartas-de-final. Éder Aleixo fez um gol de falta e cobrou outra no travessão. O Atlético foi a única das equipes que fez o primeiro jogo em casa a passar à semifinal.
O Palmeiras estreou um esquema de três volantes contra o Bahia, em Salvador. "O time mostrou que mesmo jogando com três volantes não perde em ofensividade", disse o técnico Wanderley Luxemburgo, depois do jogo.
No Guarani, o técnico Carlos Alberto Silva ainda espera a recuperação de Amoroso, mas já pôs o meia Júlio César como seu eventual substituto. "Contra o São Paulo, muitos temiam que o Júlio não fosse bem, mas ele correspondeu totalmente."
No Corinthians, a saída de Viola deve mudar o estilo de jogo do time. Mais próximos, Marcelinho e Marques podem reeditar a dupla que deu certo no começo da segunda fase. Com um jogador a mais no meio, o time pode controlar a posse da bola, o que não conseguiu contra o Bragantino.
Noruega
A primeira equipe a jogar no 4-5-1 foi a seleção da Noruega, no começo dos anos 90. Dirigida pelo técnico Egil Olsen, a Noruega se classificou para a Copa dos EUA este ano com um futebol à base de contra-ataque.
Na primeira, porém, foi eliminada no Grupo E por ter marcado um gol a menos do que precisava.
Apesar do esquema ser o mesmo, a Noruega tem um estilo bem diferente do que devem mostrar os semifinalistas do Brasileiro.
No time de Egil Olsen, os laterais apóiam pouco. Os meias jogam quase em linha e o atacante –Fjortoft– fica isolado à frente.

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