São Paulo, terça-feira, 6 de dezembro de 1994 |
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Quem entra com Luisão, entra com 12
MATINAS SUZUKI JR.
O primeiro, como se sabe, é no alinhamento defensivo. Na lateral direita, Paulo Roberto, visivelmente, não está dando conta do recado. Ele não consegue, por exemplo, fazer a jogada de fundo, ao apoiar o ataque. Na jogada ofensiva, Paulo Roberto se limita a cruzar -sem efeito e sem força– da linha intermediária para o centro da grande área, facilitando o posicionamento da defesa adversária. No miolo, a dupla Pinga e Henrique parece ter alcançado alguma estabilidade, mas o ideal seria a volta, em forma, do Célio Silva. Pela esquerda, Daniel não tem demonstrado ser um apoio consistente ao ataque. Branco, enquanto consegue correr, é valente, chuta bem e é expert em finais (sua experiência deve ajudar, na reta final). O segundo grande problema é o meio-campo. Boiadeiro, como diz um torcedor, é lustrador de bola. Bom apenas no primeiro metro de jogo (dribla curto, limpa bem a jogada). Mas, está errando muitos passes e não joga em profundidade. A escalação de Luisinho continua sendo incompreensível. Digo e repito: o melhor duo de volantes do Corinthians é o Zé Elias, pela esquerda, e o Marcelinho Sousa, pela direita. É o óbvio. Souza faz falta. Viola está mal posicionado, muito longe do gol e dos outros atacantes. Desse jeito, seu futebol não rende, não adianta insistir. Seu grid de largada tem que ser um pouco mais à frente, mais próximo da área inimiga. Se não reconstruir seu padrão de jogo, o Corinthians continuará a viver apenas de Ronaldo, Marcelinho e Marques. Vox populi: "Viola, volta a jogar bola." "Boiadeiro, devolve o meu dinheiro." "Paulo Roberto, sai daqui de perto." Com Doriva, Axel e Alemão no meio-campo, o trabalho de Deus, de criador, fica apenas por conta do Sierra. Que, pelo jeito, anda pela idade do serrote, como diria o poeta Murilo Mendes. Quem entra com Luisão, entra com 12 jogadores. No Morumbi, no domingo, Mário Vargas Llosa cita um amigo que diz que os ingleses inventaram as três melhores coisas do Ocidente: A democracia, o uísque e... o futebol. A coluna de hoje é dedicada a um grande artista chamado Patrício Bisso. Texto Anterior: Semifinalistas jogam 'à norueguesa' Próximo Texto: Corinthians pede trégua aos torcedores Índice |
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