São Paulo, terça-feira, 6 de dezembro de 1994
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Testemunha do caso Whitewater faz acordo

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O caso Whitewater vai ganhar mais substância legal com o acordo que está sendo fechado entre o promotor independente Kenneth Starr e um ex-funcionário do banco pertencente a um ex-sócio do presidente Clinton.
Robert Palmer, 51, vai se declarar culpado de diversas fraudes em avaliações de valor de propriedades e, em troca de ter sua pena reduzida, vai passar informações à Justiça sobre as atividades de seu ex-patrão.
James McDougal, o dono do banco Madison Guaranty Savings, e sua ex-mulher Susan foram sócios do casal Bill e Hillary Clinton na construtora Whitewater, durante a década de 80.
A Whitewater é acusada de diversas irregularidades fiscais e de ter servido de fachada para doações ilegais para campanhas políticas de Bill Clinton quando governador de Arkansas, sul do país.
Palmer foi o responsável, por exemplo, pela avaliação no valor de US$ 1 milhão de uma empresa comprada pelo atual governador de Arkansas e ex-vice de Clinton, Jim Tucker, com empréstimos junto ao Madison Guaranty.
A empresa adquirida por Tucker não valia mais de US$ 650 mil, constatou-se depois. O Madison Guaranty foi fechado pelo governo federal em 1989. Sua falência custou US$ 47 milhões aos contribuintes norte-americanos.
O promotor Starr está fechando acordo também com o ex-subsecretário da Justiça do governo Clinton e ex-sócio de Hillary Clinton, Webster Hubell.
Ele vai se declarar culpado de superfaturar as contas de duas agências do governo federal quando era um dos sócios-gerentes da Rose Law Firm, em Arkansas, à qual Hillary era associada, e de sonegar imposto de renda.
Em troca de pena reduzida, Hubbell também vai dar informações sobre o que sabe das atividades financeiras dos casais Clinton e McDougal na década de 80. O acordo de Hubell com Starr deixou a Casa Branca nervosa.(CELS)

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