São Paulo, quarta-feira, 7 de dezembro de 1994 |
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Empresários querem Serra
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Para esses empresários, a indústria brasileira está sofrendo ônus exagerado e desnecessário com o programa de estabilização aplicado pela equipe econômica, que deve permanecer no governo FHC. Assim, a idéia é ter um ministro da Indústria de peso político, voltado para projetos de desenvolvimento, e capaz de fazer o contra-peso com a equipe econômica. Serra teria esse perfil. Segundo a Folha apurou, as opiniões se dividem entre assessores próximos de FHC. Para alguns, o presidente eleito evitará criar tensões em torno da política econômica. Para outros, ao contrário, FHC preferiria ter pesos balanceados no seu ministério. O problema da indústria com a equipe econômica está política cambial imediata e na abertura às importações. No médio prazo, equipe e indústria concordam que é urgente fazer uma ampla reforma do setor público, acompanhada de reforma tributária e modernização da economia brasileira, para reduzir o chamado "custo Brasil". Produzir no Brasil é mais caro (juros maiores, custo elevado da mão-de-obra) e mais burocrático do que nos países diretamente competidores. Assim, o produto importado chega com vantagem. A equipe econômica já anunciou que a redução do custo Brasil é sua prioridade. Acontece que isso demora. As reformas precisam passar pelo Congresso e, depois, entram em vigor em fases. A divergência entre a equipe e os empresários da indústria está em como fazer até lá. Para a indústria, o governo precisa tomar medidas imediatas para reduzir os juros e subir a cotação do dólar. A indústria também acha que os impostos de importação têm que ser mais altos, para proteger a produção local. Em conversas reservadas, membros da equipe econômica consideram isso "choradeira" dos empresários. Texto Anterior: Industriais pedem a FHC mudanças no Real Próximo Texto: Weffort é cotado para Cultura Índice |
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