São Paulo, quinta-feira, 8 de dezembro de 1994
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PC mantém o "ceticismo"

XICO SÁ
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Mesmo após receber relatos otimistas de familiares e dos advogados, o empresário Paulo César Farias manteve ontem o que ele chama de "ceticismo permanente".
PC quer evitar frustrações, embore avalie que as "provas" apresentadas pela acusação –o Ministério Público Federal– sejam tecnicamente frágeis.
"Aguardo pacientemente há mais de um ano essa decisão da Justiça do meu país e não é agora que ficarei agoniado", disse ao seu irmão Augusto Farias.
A maior curiosidade de PC ontem era saber como havia sido a performance do procurador-geral Aristides Junqueira.
As informações foram passadas às 13h, durante o intervalo do julgamento, por seu advogado Nabor Bulhões, que classificou de "delirantes e ocos" os argumentos do procurador. "Nada acrescentou ao que já conhecíamos. Foi ótimo para todos os réus", disse.
No resto do dia, PC ficou colado ao rádio e à TV, à procura de flashes e boletins sobre o que acontecia no STF. Até às 15h, teve a companhia do seu motorista Roberto Carlos Maciel, também acusado no processo.
Maciel aparentava mais nervosismo que o patrão, segundo contou à Folha. "Ele (PC) ficou lá na dele, já estava menos tenso do que ontem", disse.
À noite, recebeu a visita de três dos sete irmãos: Augusto, Luiz Romero e Cláudio. Eles acompanharam, ao lado de Flávio de Almeida Jr., ex-secretário particular de PC, o início do julgamento.
No encontro de ontem, os irmãos Farias relataram a PC o clima de tranquilidade no STF. Eles temiam que houvesse centenas de manifestantes para "pressionar" os ministros.
"Vai ser um sofrimento até a palavra final dos juízes", dizia Augusto. "Pelo menos o cenário aqui não é como naqueles tempos da CPI e o STF tem tudo para fazer um julgamento frio e técnico."
Hoje PC tem reunião com os seus advogados Nabor Bulhões e D'Allembert Jaccoud.
No Batalhão de Choques da Polícia Militar de Brasília, os policiais buscavam informações com o ex-tesoureiro e os familiares sobre o futuro do preso famoso.

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