São Paulo, quinta-feira, 8 de dezembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Paulistanos fazem fila até para dançar

ANTONIO ROCHA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O paulistano enfrenta filas de até duas horas para dançar em algumas das pistas mais disputadas da cidade nos fins-de-semana.
Uma das casas mais concorridas é o Blen Blen Club, em Pinheiros. Inaugurado no último dia 16 de setembro, a casa recebe cerca de mil pessoas em uma noite agitada.
Quem quiser entrar sem problemas tem de chegar até as 22h30. Há duas semanas, as pessoas que foram ao local por volta da meia-noite de sábado, tiveram de esperar até duas horas na fila. Quando lota, a casa só libera a entrada à medida que as pessoas que estão dentro vão saindo.
Muitos desistiram quando um funcionário avisou, por volta de 1h, que as pessoas só conseguiriam entrar muito tarde.
Mas alguns ficaram. "Está acontecendo a festa de uma amiga lá dentro. Todos meus amigos estão lá. Vou esperar", dizia a estudante Maria Ribeiro. "É a primeira vez que venho aqui. Vou esperar", afirmava Valéria de Oliveira.
A explicação para tanta fila é que o Blen Blen é um dos poucos lugares a oferecer música para dançar "de casal". Na pista rola música caribenha, forró e samba.
Casas especializadas em reggae passam pelo mesmo fenômeno. O Balafon, em Higienópolis, além das filas de sexta e sábado, lota também às quartas-feiras.
A casa tem uma promoção nesse dia em que mulheres só pagam R$ 2,00 de consumação mínima para entrar (o normal é R$ 8,00).
"O resultado é a casa cheia de mulheres e, consequentemente, de homens", diz João Carlos dos Santos, o "Johnny", 22, relações-públicas do Balafon.
O público é bem jovem e não se importa em esperar na fila para entrar, mesmo às 2h da madrugada.
"Adoramos reggae. Para ouvir e dançar reggae vale qualquer esforço", dizia Bárbara Ferreira, 20.
Quem quiser fugir da fila deve chegar antes da meia-noite.
(ARF)

Texto Anterior: Censura para show é de 13 anos
Próximo Texto: 'Congestionamento' ocorre entre 23h30 e 1h
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.