São Paulo, quinta-feira, 8 de dezembro de 1994
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Montadoras prevêem alta de de 10% nas vendas em 1995

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria automobilística prevê novo recorde em 95. As vendas devem crescer cerca de 10% e atingir 1,450 milhão de unidades.
A estimativa é de Luiz Adelar Scheuer, presidente da Anfavea (associação dos fabricantes de veículos). Segundo ele, esse otimismo se baseia nas perspectivas de crescimento da economia no ano que vem e também na demanda reprimida que existe no setor.
Os resultados alcançados este ano explicam a euforia dos fabricantes. A indústria vai terminar 94 com quebra dos recordes de produção, vendas no mercado interno e exportações. "Foi um ano fantástico", define Scheuer.
A produção deve atingir 1,580 milhão, 13,5% acima do resultado de 93 (1,391 milhão). As vendas vão chegar a 1,320 milhão (1,2 milhão produzidos internamente e 120 mil importados), 13% acima do ano anterior. As exportações passam de 331 mil para 380 mil.
O otimismo em relação ao aumento das vendas não se repete na previsão das metas de produção para 95. "Manter o nível de produção deste ano já será um bom resultado", afirma Scheuer.
Se forem confirmadas as previsões de entrada de carros importados em 95 –400 mil–, a venda de veículos produzidos no país cairia de 1,200 milhão para 1,050 milhão, diz Scheuer.
"A indústria deixaria de fabricar 150 mil carros no ano", afirma, o que corresponde ao trabalho de de 10.000 empregados nas montadoras e outros 50 mil em toda a cadeia de produção.
Mas o presidente da Anfavea diz não acreditar que as importações cheguem a esse nível. "Sou cético em relação à capacidade operacional do país para importar 400 mil carros."
No mês passado, os carros "populares" representaram 53% dos 93.429 automóveis produzidos no país. Foram vendidos 49.791 carros, 9.000 a mais do que em novembro. A indústria deve colocar no mercado até o final do ano 440 mil "populares". Scheuer prevê que até o final do primeiro trimestre de 95 haverá equilíbrio entre oferta e demanda.
ICMS
Os automóveis podem ficar 11% mais caros em 95 se o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) não prorrogar o acordo que reduz a alíquota de ICMS dos carros de 18% para 12%.
A redução do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, estabelecida pelos acordos setoriais de 92 e 93, permanece em vigor até 31 de dezembro.
Mas pode ser revogada durante a reunião do Conselho –formado pelos secretários estaduais de Fazenda– que começou ontem e se encerra hoje em Roraima.
"Estamos nas mãos dos políticos", disse ontem Scheuer. Ele disse que o setor "vê com preocupação" uma eventual não-renovação do acordo, mas evitou fazer um prognóstico sobre o resultado da reunião.
Uma das alternativas em estudo no Confaz é o aumento escalonado do ICMS, que voltaria aos 18% no final de 95. Nesse caso, o imposto em janeiro seria de 13,5%.
O governador de São Paulo, Fleury Filho, é favorável à manutenção da redução do ICMS. Na última segunda-feira, durante encontro com representantes das montadoras e seus fornecedores, no Palácio dos Bandeirantes, Fleury disse ter enviado à Assembléia Legislativa projeto de lei que prevê a manutenção do ICMS de 12% na venda de carros no Estado, mesmo que o Confaz não renove o acordo.

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