São Paulo, quinta-feira, 8 de dezembro de 1994 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Japão sai da passarela e veste ópera em SP
JACKSON A.
Em 20 dias, Mira elaborou e confeccionou 78 trajes inspirados nas festas e tradições do Japão, com um orçamento de R$ 15 mil e a ajuda de duas assistentes de figurino, um assistente de direção de arte, dois alfaites, oito costureiras e uma equipe de confecção. O teatro Nô e o Kabuki também são fontes de inspiração. "Como só tive dez dias para elaborar o figurino resolvi trabalhar de um modo exagerado o vestuário tradicional japonês", explica Mira. Ela usa de maneira correta o quimono, uma das tendências mais fortes da moda neste momento. De Gaultier a Galliano, de Lagerfeld a Westwood, passando por nomes brasileiros como G e Fause Haten, todo o mundo fez quimono. A cultura japonesa também está presente no mobiliário e na cenografia. As cores das roupas são fortes, em tons amarelos e alaranjados para fazer uma alusão ao céu no amanhecer. "Só Butterfly veste vermelho, a cor das vestes do casamento segundo a tradição japonesa", diz Mira. Todos os quimonos são de crepe, veludo coreano, "chantung" e cetins adamascados ou brocados, e trazem os acessórios e amarrações originais. Cada traje é composto por dois quimonos sobrepostos. Para simular a roupa de baixo das japonesas, que ainda usam um outro quimono para esta função, Mira optou por um debrum branco. Para os personagens masculinos ocidentais, Mira elaborou um traje chamado americana, um paletó usado em 1900, mais justo e mais comprido que os atuais, em gabardine bege e azul acinzentado. Quem assistir a montagem, deve prestar especial atenção a uma cortina com as cores da bandeira norte-americana feita com mil dobraduras em forma de passarinho. Mas o mais difícil, segundo Mira, é transformar uma cantora negra em gueixa. Para realçar o tom da pele da soprano norte-americana Michele Crides (que se reveza no papel de Butterfly com a brasileira Liza de Moura), Mira usa tecido vermelho-sangue. Para completar o personagem, o maquiador Westerley Dornellas, 29, criou uma maquiagem como uma máscara do teatro Kabuki. Só seu rosto será maquiado. "Para dar maior força à caracterização vou usar perucas de gueixa feitas em Nova York", explica Dornellas. Opera: Madama Butterfly Onde: teatro Municipal, pça. Ramos de Azevedo, s/nº, centro, tel. 222-8698 Quando: dias 10, 13, 14, 15, 16 e 17, às 20h30, e 11 e 18 às 17h Quanto: de R$ 6 a R$ 15 Texto Anterior: Xô vodu! Casa da Doida volta às telas Próximo Texto: Tem desfile na madrugada Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |