São Paulo, quinta-feira, 8 de dezembro de 1994 |
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Rebeldes ameaçam romper trégua no México
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Os rebeldes zapatistas anunciaram o rompimento do cessar-fogo caso o governador eleito do Estado de Chiapas, Eduardo Robledo Rincón, tome posse hoje.O líder do EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional), subcomandante Marcos, disse que a renúncia de Robledo seria um sinal rumo à pacificação do Estado. Robledo disse estar disposto a renunciar caso os zapatistas deponham suas armas. A oposição decidiu se reunir para a analisar a proposta. Após negociações com o governo federal, Robledo anunciou que se afastava do PRI (Partido Revolucionário Institucional) por seis anos. Para os zapatistas, essa decisão não é uma solução. Segundo Marcos, o governo rompeu a trégua ao insistir na posse de Robledo: "O Exército Zapatista de Libertação Nacional se considera liberado da obrigação de se manter fiel ao cessar-fogo". Apesar da ameaça, Marcos reconheceu que a posição do Exército mexicano em Chiapas é superior à dos rebeldes. Ele pediu ao governo federal que desista da posse de Robledo e reconheça como vencedor da eleição de 21 de agosto a Amado Avenda¤o Figeroa, do PRD (Partido Revolucionário Democrático). O presidente Ernesto Zedillo disse que o governo não aceitará ameaças, mas que o Exército manterá o cessar-fogo. O presidente deve assistir à posse de Robledo. Marcos disse ter rejeitado uma proposta de Zedillo para manter discussões secretas com o objetivo de encerrar o conflito iniciado no começo deste ano. Em carta aberta divulgada durante entrevista coletiva na clareira Aguascalientes, na selva Lacandona, o rebelde acusou a política do presidente de "ser sinônimo de mentira, de crime e de traição". Na carta, Marcos saúda Zedillo com um bem-vindo ao pesadelo. A oposição estadual acusa o PRI (Partido Revolucionário Institucional), no poder há 65 anos, de ter fraudado a eleição. Anteontem, o presidente mexicano recém-empossado tornou-se o primeiro chefe do Executivo a manter uma reunião informal com o Congresso de seu país. Os presidentes anteriores visitaram o Congresso mexicano apenas para proferir o discurso anual do estado da país. Durante almoço com os integrantes da Câmara dos Deputados, Zedillo afirmou que o poder do presidente da República não pode, e não deve, ser onipotente, onisciente e onipresente. Texto Anterior: Craxi reage a condenação Próximo Texto: Oposição empossa governo paralelo Índice |
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