São Paulo, quinta-feira, 8 de dezembro de 1994
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Refugie-se no verão manso de Itacaré

MARIA DANIA JUNGES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

As serras cobertas pela Mata Atlântica se estendem até o mar. Pequenos rios e cachoeiras de água pura despencam de dentro da mata em enseadas mansas cobertas de areia branca, que o mar azul e cristalino toca suavemente e as praias de mar aberto têm ondas para surfista nenhum botar defeito.
Esse pedaço do paraíso chama-se Itacaré, fica no sul da Bahia e, graças a seu acesso ainda não asfaltado, conseguiu chegar às portas do século 21, quase intocado e cheio de beleza.
Os índios Pataxó foram os primeiros habitantes da cidadezinha de Itacaré –cujo significado é pedra de areia– que o padre jesuíta Luíz de Grã batizou de São Miguel da Barra do Rio de Contas.
Também foram os jesuítas que lá ergueram, no século 18, a igreja de São Miguel, ainda de pé, assim como alguns casarões.
Recentemente, foi descoberto um túnel que liga a igreja ao sobrado vizinho –onde morava o padre.
A ligação era usada para fuga dos ataques indígenas, diz o prefeito Roberto de Araújo Setúbal, descendente de portugueses e um apaixonado pelo lugar, que está dando novo incremento ao turismo em sua administração.
Em 1732, o povoado tornou-se município por ordem de Ana Maria Ataíde e Castro, condessa de Rezende e donatária da capitania de Ilhéus, a qual pertenciam as terras de Itacaré.
Hoje, Itacaré, com 746 km 2 de superfície e 30 mil habitantes (oito mil só na sede), tem sua economia baseada no cacau, na pesca e no turismo.
A principal festa religiosa celebrada na cidade é a de São Miguel –padroeira local– no dia 29 de setembro. O dia de Reis– com apresentações do bumba-meu-boi e festas de Carnaval, costumam ser bastante animados.
Quando não há festas de calendário, a prefeitura promove serestas e alguns shows ao ar livre.
Durante o verão, Itacaré espera receber mais de 20 mil visitantes em busca das praias de águas limpas com imensos coqueirais. Eles ocupam os seus dois hotéis, 21 pousadas e dois campings.

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