São Paulo, sexta-feira, 9 de dezembro de 1994 |
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Dois grupos disputam a política econômica
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
O lobby a favor de Serra, integrado por industriais, líderes sindicais e setores do PSDB, tentou primeiro levá-lo para a Fazenda, posição que agradaria o senador. Uma vez definido o nome de Pedro Malan para o Ministério da Fazenda, indicando a manutenção da equipe do real, o lobby desviou seus esforços para emplacar Serra em algum ministério forte na área econômica. Poderia ser o ministério do Planejamento, da Indústria e Comércio, reforçado com o controle do comércio exterior e das tarifas de importação, ou ainda um superministério do Desenvolvimento. Em qualquer caso, a idéia é colocar um contrapeso à equipe econômica, que coloca o combate à inflação como prioridade absoluta. O lobby pró-Serra entende, ao contrário, que os atuais níveis de inflação já estão razoáveis para o Brasil, sendo possível iniciar um esforço de crescimento e estímulo à indústria local. Assim, o caminho seria parar o Plano Real onde chegou, e fazer algumas correções. Entre estas, promover um aumento nas cotações do dólar, cessar aí a abertura, reduzir os juros mais rapidamente e arranjar recursos subsidiados para certos setores econômicos. A equipe não aceita nenhum desses pontos. Daí a idéia de se colocar Serra em algum ministério forte, para que ele forçasse, de dentro, essa mudança de rumo. Mas o senador José Serra disse ontem que não pretende esse papel. Ele sabe que o loby a seu favor está bastante ativo, mas disse não acreditar que isso mude o pensamento do presidente FHC. FHC definiu nomes na Fazenda e Banco Central, mas nada informou sobre os demais postos do ministério. Acredita-se que o presidente quer Serra no ministério, mas não na área econômica. Na Educação, por exemplo. (Carlos Alberto Sardemberg) Texto Anterior: Planejamento coordenará saneamento e habitação Próximo Texto: Weffort diz a Lula que quer ser ministro de FHC Índice |
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