São Paulo, sábado, 10 de dezembro de 1994 |
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Ilmar Galvão critica acusação
DENISE MADUEÑO
Junqueira ouviu duras críticas ao trabalho que realizou na acusação. O relator do processo, ministro Ilmar Galvão, disse que a denúncia "é de difícil compreensão", referindo-se ao trabalho de Junqueira, responsável pela acusação. Para o ministro, Junqueira não se empenhou em acrescentar provas durante o andamento do processo. "Não houve do Ministério Público qualquer iniciativa de sanar as deficiências da denúncia nem mesmo por aditamento", afirmou Galvão. Galvão usou a palavra "inanidade" para classificar os depoimentos que serviram de base para uma das acusações contra Collor: a de ter pedido e recebido dinheiro da Mercedes-Benz para o candidato a deputado Sebastião Curió. A palavra "inanidade" é usada para qualificar algo que seja vazio, sem conteúdo, frívolo ou fútil. "É de causar espécie que tenham sido (os depoimentos) invocados como prova", afirmou. Entre os depoimentos estavam o de Curió e de dois diretores da empresa. Segundo Galvão, mesmo que conseguisse provar a acusação, Junqueira teria errado de crime. O caso da Mercedes-Benz seria concussão (espécie de chantagem e ameaça), não corrupção passiva como alegou Junqueira. Galvão criticou ainda o tratamento que Junqueira deu aos diretores da empresa na denúncia. Segundo ele, para tentar comprovar a corrupção, Junqueira deveria ter enquadrado os diretores por tentativa de corrupção ativa. "A omissão demonstra que o Ministério Público não se achava suficientemente convencido da ocorrência da suposta corrupção", disse Galvão. A assessoria de imprensa da procuradoria da República informou que Aristides Junqueira não comenta os votos dos ministros. Texto Anterior: Tribunal desconsidera gravação como prova Próximo Texto: STF discute os 'frutos podres' Índice |
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