São Paulo, sábado, 10 de dezembro de 1994
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Arafat, Rabin e Peres chegam para o Nobel

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O líder palestino Iasser Arafat, o premiê e o chanceler de Israel, Yitzhak Rabin e Shimon Peres, chegaram ontem a Oslo (Noruega).
Eles recebem hoje o Prêmio Nobel da Paz pelo acordo assinado entre Israel e a OLP (Organização para a Libertação da Palestina).
O processo de paz, ainda que não esteja completo, é irreversível, disse Peres em Oslo.
Rabin disse que não foi fácil aceitar o Nobel da Paz com Arafat, mas que Arafat demonstrou que desejava viver em concórdia.
O líder da OLP disse que era um grande dia para todos os participantes do processo de paz e para todos os que sofreram.
Arafat decidiu entregar sua parte do prêmio de US$ 930 mil para crianças dos campos de refugiados palestinos no Líbano, Jordânia, Síria e Cisjordânia. Ele pediu que Israel fechasse o mercado aberto de armas na Cisjordânia.
A indicação do líder palestino causou polêmica por causa do envolvimento da OLP em terrorismo no passado. Várias manifestações ocorreram em Oslo e em Israel.
O rabino de Nova York Abi Weiss e quatro outros manifestantes foram presos em Oslo.
Kaare Kristiansen, um ex-ministro norueguês, desligou-se da comissão que escolhe os premiados por causa de Arafat. Ele foi a Israel ontem receber um prêmio por sua atitude.
O ex-premiê israelense Yitzhak Shamir disse que os indicados estão indo receber um prêmio pelo fracasso. Não há paz. Ele trouxeram o terror não a paz, afirmou.
Crianças palestinas e israelenses, entrevistadas em Israel e Gaza, afirmaram desconhecer o motivo do prêmio e disseram que ainda desejavam prosseguir a luta de seus pais. Não há paz para haver um prêmio, disse um menino palestino de oito anos.
O governo dos EUA informou ontem que gostaria de estreitar relações diplomáticas com o Líbano. A Síria reiterou sua recusa em manter conversações secretas com Israel, mas disse que pode trocar idéias em conversações tripartites com a participação dos EUA.

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