São Paulo, domingo, 11 de dezembro de 1994 |
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Partido abriga grupos opostos
SÔNIA MOSSRI
Mais do que um partido, Perón criou um movimento heterogêneo, que incorporou entidades sindicais, estudantis e esportivas. As palavras chaves do peronismo eram justiça social, independência econômica e neutralidade no cenário internacional. No Panamá, a caminho do exílio na Espanha, Perón conheceu María Estela (Isabelita) Martinez, então dançarina num cabaré. Casou-se com ela. Isabelita tornou-se vice-presidente da Argentina quando Perón retornou ao país em 1973 e assumiu a Presidência, com o voto de mais de 60% do eleitorado. O antigo carisma de Perón não foi suficiente para evitar conflitos entre várias alas do peronismo. A esquerda o acusou de atrair conservadores para o governo. Com a sua morte em 1974, Isabelita tornou-se presidente. A disputa entre as facções do peronismo passou a ser violenta. Em 1976, o governo de Isabelita foi deposto por golpe militar comandado pelo general Jorge Rafael Videla. Desde a morte de Perón, o peronismo abrigou diversos grupos e facções. Alguns peronistas integraram da década de 70 o grupo guerrilheiro Montonero. O cientista político argentino Torcuato di Tella, autor do livro História dos Partidos Políticos na América Latina, Século XX, disse à Folha que o peronismo seria um movimento que unisse, no Brasil, partidos tão diferentes quanto o PT, PTB e PDT. Hoje, ainda existem grupos ideologicamente diversos no Partido Justicialista, dominado pelo menemismo.(SM) Texto Anterior: Mulher tenta provar que é filha de Perón Próximo Texto: Menem volta ao peronismo e afasta Cavallo de sua campanha Índice |
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