São Paulo, domingo, 11 de dezembro de 1994
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Partido abriga grupos opostos

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

Juan Domingo Perón criou o Partido Justicialista quando foi presidente da Argentina pela primeira vez, no período de 1946 a 1955. Acusado de corrupção, foi deposto por um golpe militar em 1952.
Mais do que um partido, Perón criou um movimento heterogêneo, que incorporou entidades sindicais, estudantis e esportivas.
As palavras chaves do peronismo eram justiça social, independência econômica e neutralidade no cenário internacional.
No Panamá, a caminho do exílio na Espanha, Perón conheceu María Estela (Isabelita) Martinez, então dançarina num cabaré. Casou-se com ela.
Isabelita tornou-se vice-presidente da Argentina quando Perón retornou ao país em 1973 e assumiu a Presidência, com o voto de mais de 60% do eleitorado.
O antigo carisma de Perón não foi suficiente para evitar conflitos entre várias alas do peronismo. A esquerda o acusou de atrair conservadores para o governo.
Com a sua morte em 1974, Isabelita tornou-se presidente.
A disputa entre as facções do peronismo passou a ser violenta. Em 1976, o governo de Isabelita foi deposto por golpe militar comandado pelo general Jorge Rafael Videla.
Desde a morte de Perón, o peronismo abrigou diversos grupos e facções. Alguns peronistas integraram da década de 70 o grupo guerrilheiro Montonero.
O cientista político argentino Torcuato di Tella, autor do livro História dos Partidos Políticos na América Latina, Século XX, disse à Folha que o peronismo seria um movimento que unisse, no Brasil, partidos tão diferentes quanto o PT, PTB e PDT.
Hoje, ainda existem grupos ideologicamente diversos no Partido Justicialista, dominado pelo menemismo.(SM)

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