São Paulo, domingo, 11 de dezembro de 1994
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Emissora escolhe de novo o livro errado

SÉRGIO DÁVILA
DA REVISTA DA FOLHA

A abertura é o melhor da novela "As Pupilas do Senhor Reitor", do SBT. Pelo menos no primeiro capítulo, exibido na última terça.
A qualidade "cinematográfica" da vinheta contrasta com a pobreza das cenas iniciais. Mas ainda é cedo para qualquer julgamento definitivo.
A suspeita de um erro fundamental, no entanto, a estréia só fez confirmar: como em "Éramos Seis", escolheram de novo o livro errado para o "remake".
Literatura de moças e leitura (e pesadelo) obrigatória em vestibular, o livro "As Pupilas do Senhor Reitor" (1866), de Júlio Dinis, é dos mais fracos do romantismo português.
Perde-se em seus personagens frágeis e rasos, sua ausência de conflitos relevantes e sua mitificação da simplicidade e da vida aldeã. É esquecível.
Por que lembrá-lo num bem-vindo núcleo de teledramaturgia que o SBT tenta consolidar? Outros problemas revelam ainda um descuido preocupante.
É o caso da presença de Elias Gleiser e Paulo Goulart (numa ponta), ambos em cartaz na emissora concorrente, e a atuação repetida de Luciana Braga (de "Éramos Seis").

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