São Paulo, segunda-feira, 12 de dezembro de 1994
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Ibama quer colocar golfinho em cativeiro

Ele teria atacado mais 7 pessoas

DA FOLHA VALE

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) pretende manter o golfinho Tião em cativeiro por 15 dias.
A decisão foi tomada depois que sete pessoas disseram ter sido atacadas pelo golfinho no final de semana. Na última quinta-feira, uma pessoa morreu atacada pelo animal quando "brincava" com ele.
O golfinho será colocado em área demarcada entre a Prainha e a praia do Camaroeiro.
Nesse período, o Ibama pretende estudar o animal e decidir se ele poderá ficar nas praias.
O golfinho deixou as praias Martin de Sá e Prainha, onde vinha aparecendo com frequência. No final de semana, ele foi visto na praia do Indaiá, a 3 km da Martin de Sá.
Segundo o Ibama, o golfinho tem evitado as praias demarcadas com bóias por confundir as bóias com rede de pesca.
O turista Edvaldo Oliveira, 37, de Jacareí, atacado no sábado, teve hemorragias internas provocadas por cabeçadas do golfinho e precisou passar por cirurgias.
O médico Marcelo Ugatti, que atendeu Oliveira, disse que a situação dele inspira cuidados. Na manhã de ontem, outras duas pessoas foram encaminhadas ao hospital após terem sido atacadas.
Representantes de entidades que estão acompanhando o animal acreditam que o golfinho atacou para se defender, apesar de as vítimas terem afirmado o contrário. José Sérgio Calixto, 21, de São Paulo, e Gilberto Trovo, 49, de Americana, disseram que foram atacados sem terem molestado o golfinho.
Nos últimos sete dias, nove pessoas passaram pela Santa Casa depois de terem sido atacadas pelo golfinho.
O prefeito de Caraguá, Sidney Trombini (PMDB), quer que o golfinho seja removido das praias da cidade.
O diretor do Ibama, José Luiz Roma, continua ameaçando aplicar as leis federais que multam os banhistas que molestarem o golfinho.

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