São Paulo, segunda-feira, 12 de dezembro de 1994
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Computador ajuda na fisioterapia muscular

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Um aparelho controlado por computador –o Cybex– está sendo utilizado em São Paulo para diagnosticar problemas musculares e executar tratamentos de reabilitação física com grande eficiência.
Uma das funções do Cybex é realizar um teste que avalia a perda de força muscular em braços, pernas, ombros e costas após contusões, fraturas e cirurgias.
Gilson Tanaka Shinzato, fisiatra da Divisão de Medicina de Reabilitação do HC da USP, explica que a outra utilidade do aparelho é oferecer tratamentos mais rápidos e seguros do que as técnicas de fisioterapia convencionais.
Se uma pessoa sofre, por exemplo, uma lesão grave no joelho, a perna vai ser operada e ficar imobilizada por algumas semanas (veja quadro abaixo).
Quando o gesso é retirado, a perna operada está com a massa muscular diminuída. A falta de força pode ser tão intensa que atividades rotineiras como caminhar, subir escadas ou correr passam a ser feitas com grande dificuldade.
O teste com o Cybex revela com precisão a diferença de força, potência e resistência entre as duas pernas. Com base nesses dados, o médico traça o plano de recuperação muscular.
Para voltar ao normal, a perna deve ser submetida a exercícios com carga. O aparelho controla o aumento gradual de força que será desenvolvida durante o tratamento.
Shinzato diz que a sobrecarga é evitada pelo programa do computador para evitar novas lesões.
A carga máxima utilizada é baseada na força que a perna normal consegue executar. Essa é a força que o aparelho vai exigir da perna operada no final do tratamento.
Na reabilitação de cirurgias para reconstruir o ligamento cruzado anterior (que pode se romper nas entorses graves de joelho), a carga máxima só vai ser empregada seis meses após a cirurgia.
Ao final do tratamento, um novo teste é realizado. Se a diferença de força entre os dois membros ainda for significativa, novas sessões devem ser feitas.
Os tratamentos feitos apenas com as técnicas convencionais de fisioterapia podem falhar na avaliação do membro operado.
Os critérios são pouco objetivos. Eles se baseiam na medição do tamanho do membro operado (comparado com o membro normal) e nas informações sobre força fornecidas pelo paciente.
Como consequência, muitos são liberados do tratamento sem as condições necessárias (recuperação muscular completa) e acabam tendo reincidência das lesões.
Segundo Shinzato, avaliações periódicas usando o Cybex podem contornar essa "deficiência".
As avaliações alertam sobre os ajustes necessários durante o processo de reabilitação com as técnicas convencionais e determinam, com segurança, quando a pessoa pode ser liberada do tratamento.

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