São Paulo, segunda-feira, 12 de dezembro de 1994
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Diretor nega desvio de verba

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-diretor da Penitenciária de Franco da Rocha, Amador Bueno de Paula, negou, ao depor na sindicância da secretaria, ter conhecimento das fraudes nas licitações. Ele negou ainda a existência de um esquema para desviar dinheiro da conta do Tesouro estadual.
Bueno de Paula foi diretor de Franco da Rocha desde 1990, no final do governo Quércia, até outubro de 92, já no governo Fleury.
Nesse mês, ele foi transferido para a Casa de Detenção de São Paulo com o objetivo de pacificar o presídio após o massacre de 111 presos no pavilhão 9.
O ex-diretor apresentou cópias de suas declarações de renda para tentar provar que seu patrimônio é compatível com seu salário.
Bueno de Paula foi substituído na direção da Penitenciária de Franco da Rocha por Raul Ribeiro. Ribeiro confessou ter participado do esquema de desvio de dinheiro. Ele disse ter recebido de presente de Bueno de Paula uma Pampa.
Ele também afirmou que Bueno de Paula presenteou um funcionário do presídio, que hoje é delegado da Polícia Civil, com um Santana –os carros teriam sido pagos com cheques da conta do Estado.
Ribeiro disse ainda que Bueno de Paula comprou um sítio em Ipoã com dinheiro do Estado e construiu uma casa no condomínio fechado Riviera de São Lourenço, em Bertioga (litoral de SP).
Outro acusado, Valdir Aniello, afirmou não ter nenhuma prova sobre o esquema de desvio de dinheiro, mas disse, ao depor na sindicância, que sabia da existência de irregularidades na penitenciária.
Ao depor, o ex-diretor financeiro, Wilson José Gomes, entregou 29 comprovantes de depósitos bancários que ele teria feito para familiares de Bueno de Paula e outros diretores do presídio. Ele também admitiu ter desviado dinheiro para sua conta particular em um banco de Francisco Morato.
O ex-diretor do setor de despesas da prisão José Raimundo Gonçalves também admitiu ter participado do desvio de dinheiro e disse ter recebido de presente um Gol de Bueno de Paula.

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