São Paulo, terça-feira, 13 de dezembro de 1994
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Dionísio Azevedo foi pioneiro da televisão

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Dionísio Azevedo, que morreu domingo em São Paulo, aos 72 anos, tornou-se conhecido nas últimas décadas pela sua participação como ator em novelas.
Reduzir a isso sua biografia seria empobrecer a própria televisão, da qual Azevedo foi um pioneiro. Foi um dos criadores do "TV de Vanguarda" –teleteatro que marcou época nos anos 50. Entre 1953 e 1954, realizou a telenovela "Os Humildes", tida como a primeira a desenvolver temas brasileiros. Em 1963, dirigiu a primeira telenovela brasileira diária, "Ambição", na TV Excelsior.
No cinema, Azevedo foi um ator requisitado. Atuou em cerca de 40 filmes, inclusive "O Pagador de Promessas", de Anselmo Duarte, que ganhou a Palma de Ouro em Cannes. Dirigiu três filmes ("Chão Bruto", versões de 1958 e 1976, e "A Virgem", de 1973). Foi também ator e diretor teatral. Nesta área, um de seus principais sucessos foi a participação na montagem de "A Morte do Caixeiro Viajante", de Arthur Miller, no TBC.
Dionísio Azevedo nasceu em Minas Gerais, em 1922. Veio para São Paulo no final dos anos 30. Convidado por Octávio Gabus Mendes, trabalhou a partir de 1942 como radioator, na Record e na Tupi. Com a inauguração da TV Tupi junta-se ao grupo que faz o "TV de Vanguarda" (com Cassiano Gabus Mendes e Walter George Durst, entre outros).
Ator em mais de 40 filmes, Azevedo fixou a imagem de um pai delicado, cordial, a mesma que levou para a TV, onde atuou em novelas na Excelsior, Record, Globo e Bandeirantes.
Afastado desde a morte de sua mulher, a atriz Flora Geni, Azevedo morreu de câncer no pulmão no Hospital Beneficência Portuguesa, onde estava internado desde o início do mês. Foi enterrado ontem no Cemitério do Morumbi. (IA)

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