São Paulo, sexta-feira, 16 de dezembro de 1994 |
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PMs são acusados de matar metalúrgico
AUGUSTO GAZIR
Segundo vizinhos de Barbosa, ele foi algemado e amarrado, despido e espancado próximo à sua casa por policiais de oito carros. A polícia afirma que Barbosa morreu porque ficou batendo a cabeça contra a lataria do carro policial. O laudo do IML não está pronto. A vendedora Marta Guedes, 27, que conhece Barbosa desde a infância, disse que estava conversando por volta das 21h quando ele chegou dizendo estar sendo perseguido. "Ele entrou na minha casa e passou para casa da vizinha pelo telhado." Na casa de Miquiko Sakamoto, Barbosa arrombou a porta do quarto dos filhos dela e quebrou todos os móveis. "Ele dizia que alguém se escondia no armário e debaixo da cama e começou a revirar todo o meu quarto", disse o filho de Miquiko, Fernando, 11. Miquiko chamou a polícia. Barbosa foi retirado do quarto algemado. Segundo os policiais, ele resistiu à prisão. O metalúrgico foi colocado dentro do carro da polícia. Depois, segundo o comerciante Manoel dos Santos, 39, os PMs tiraram Barbosa do carro e começaram a espancá-lo por 15 minutos. Santos diz que Barbosa, que estava com os braços amarrados às pernas, levou chutes e golpes de cassetete. Ontem pela manhã ainda havia manchas de sangue no chão da rua. Santos afirmou que tentou conter os policiais, mas que acabou agredido e também preso. O tenente Douglas La Femina Júnior, da Corregedoria da Polícia Militar, disse que será aberto inquérito para apurar a morte de Barbosa, que, segundo a polícia, morreu quando chegou ao Hospital Ermelino Matarrazzo. Os PMs Valter da Silva Leme, Roberto Carlos Ferrari e José Celestino testemunharam que Barbosa morreu porque ficou batendo com a cabeça várias vezes dentro do carro da polícia. "Se ficar provado que ele morreu devido à agressão de PMs, os culpados serão punidos", disse Femina Júnior. Texto Anterior: Negociações serão bilaterais Próximo Texto: Geopolítica de cargos Índice |
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