São Paulo, sexta-feira, 16 de dezembro de 1994 |
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Exército faz sua maior operação na zona sul e ocupa Copacabana
DA SUCURSAL DO RIO O bairro de Copacabana (zona sul) foi ocupado por tropas do Exército que invadiram ontem de madrugada as favelas do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo.A movimentação militar atraiu turistas, que não perderam a chance de tirar fotos ao lado de blindados Cascavel, equipados com canhões voltados para as favelas. A operação foi a maior na zona sul desde o início da Operação Rio. Cerca de 1.500 homens do Exército, mais policiais civis e militares, participaram da ação. Às 4h, helicópteros deixaram homens da Brigada de Pára-Quedistas no alto dos morros, invadidos pela ladeira Saint Romain, estrada do Cantagalo e rua Barão da Torre, esta em Ipanema. O Exército informou ter detido 62 suspeitos de envolvimento com o bando supostamente chefiado por Eriberto, apontado pela polícia como cunhado de Fábio Soares Cabral, o Fabinho, preso no início do ano. Fabinho seria o líder da facção criminosa Comando Vermelho na zona sul. Além dos detidos, nove homens foram presos e alguns surfistas, revistados. Foram apreendidos três fuzis AR-15, quatro revólveres calibre 38, três pistolas 9 mm, uma metralhadora, uma submetralhadora e uma espingarda de ar comprimido. O Exército também recolheu nove carregadores, 500 cartuchos, 30 trouxinhas de maconha e 90 papelotes de cocaína, material para falsificação de documentos e eletrodomésticos roubados. Segundo a Divisão de Repressão a Entorpecentes da Polícia Civil, no Cantagalo e Pavão-Pavãozinho vende-se a maior parte da cocaína e maconha consumidas em Copacabana e Ipanema. Os turistas paranaenses Claudemir Veridiano, 27, Marli Peczek, 28, e Nivaldo Peczek, 35, aproveitaram a ocasião e posaram para fotos em frente ao blindado parado na esquina da Saint Romain com a rua Sá Ferreira, em Copacabana. "Achava que não ia ver isso aqui. Pensava que esse negócio de Exército era na periferia", disse o comerciante Veridiano, que visita o Rio pela primeira vez. Ele chegou à cidade na terça, vindo de Umuarama (PR), onde mora. Sua prima, a artesã Marli Peczek, disse que se sente "mais segura" com a presença ostensiva dos militares. "Acho válido este trabalho deles", afirmou ela. Quem não ficou satisfeita foi a direção do Malibu Palace Hotel, vizinho do acesso às favelas pela Saint Romain. Um Cascavel se instalou sobre a calçada do hotel. Texto Anterior: Doentes mentais não precisam ficar internados; STF nega habeas corpus a Paula Thomaz; Incêndio destrói loja em shopping do Rio; Hospital é acusado de omissão de socorro; Chuva provoca inundação na região de Campinas Próximo Texto: Dupeyrat anuncia cerco a traficantes 'do asfalto' Índice |
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