São Paulo, sexta-feira, 16 de dezembro de 1994
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Correio propõe acordo a grevistas

DAS SUCURSAIS

O acordo firmado ontem entre representantes do Correio e do sindicato dos trabalhadores não atendeu às reivindicações dos funcionários, mas poderá pôr fim à greve. Os servidores querem evitar que a greve seja declarada abusiva.
A paralisação foi iniciada dia 13 e atingiu 12 Estados, entre eles Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Os trabalhadores não tiveram sua principal reivindicação atendida. Eles queriam antecipação da data-base da categoria de janeiro para dezembro, o que representaria aumento de 19,45% –IPC-r acumulado– sobre o 13º salário.
O acordo foi formalizado pelos trabalhadores para impedir que o TST (Tribunal Superior do Trabalho) declarasse a greve abusiva, o que poderia provocar demissões.
Ficou acertado que não haverá reposição dos dias parados nem punição aos grevistas. Os funcionários deverão trabalhar aos domingos –recebendo hora extra– para colocar em dia as correspondências atrasadas.
O acordo seria submetido às assembléias da categoria ontem à tarde e à noite. Caso a greve prossiga, haverá nova e depois o julgamento pelo TST.
Segundo Ezequiel Ferreira, diretor do sindicato de São Paulo, apesar do acordo firmado "é impossível que as assembléias aceitem a proposta e terminem com a greve". O salário médio de um carteiro é, segundo ele, de R$ 200.
A greve no Correio começou depois que a CCE (Comissão de Controle das Estatais), ligada à Secretaria de Planejamento, vetou a mudança de data-base, autorizada pela direção do Correio. A alegação foi de que o acordo abriria precedente para outros servidores.
Ontem houve confronto entre grevistas e a polícia, no Rio: 13 pessoas ficaram feridas.
Na avenida Presidente Vargas (centro), os trabalhadores tentaram impedir que os caminhões saíssem para fazer o transporte de cartas.
Uma patrulha da PM, que passava pelo local, tentou acabar com o piquete e foi apedrejada.
Os policiais pediram reforço e outros 20 policiais chegaram em dois carros, portando granadas.
Os grevistas tornaram a apedrejar a polícia. O Batalhão de Choque foi acionado. Os policiais jogaram bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo. Segundo o sindicato, 9 mil dos 12 mil funcionários no Rio estavam parados ontem.

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