São Paulo, sexta-feira, 16 de dezembro de 1994
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'Motorezinhos' revelam estilos dos finalistas

DA REPORTAGEM LOCAL

O meia palmeirense Zinho e o atacante corintiano Marcelinho –os dois "motorezinhos" que comandam em campo as ações dos dois finalistas do Campeonato Brasileiro– são jogadores cujos estilos, bem distintos, refletem as diferenças entre seus times.
Os números do Datafolha com as médias dos dois no Brasileiro demonstram que são os mais acionados em suas equipes.
No Palmeiras, Zinho recebe 50 bolas por jogo. Depois dele, o mais acionado é Rivaldo (42 vezes). Ambos atuam na armação, o que mostra a preocupação do Palmeiras em trabalhar bem a bola.
No Corinthians, as 41 bolas recebidas por Marcelinho em cada partida superam as 34 do meia Boiadeiro, que vem a seguir. Ou seja: um atacante é mais acionado que qualquer meio-campista, o que significa que a bola chega com mais rapidez ao ataque.
Por jogar mais recuado, Zinho supera Marcelinho em termos de participação defensiva.
Assim, enquanto Zinho realiza 12 desarmes por partida (oito completos), o corintiano desarma cinco vezes (quatro completas).
Zinho também apresenta maior precisão nos passes, com aproveitamento de 83%. Marcelinho alcança apenas 68% de acerto.
Quando a comparação passa aos quesitos relacionados estritamente ao desempenho ofensivo, Marcelinho mostra maior participação.
O corintiano faz cinco finalizações a gol em cada jogo (duas certas e três erradas). Zinho finaliza duas (uma certa e uma errada).
Além disso, Marcelinho conquista um escanteio por partida, contra nenhum do palmeirense.
O fato de tentar mais as jogadas individuais resulta num maior número de bolas perdidas por parte de Marcelinho: dez, em média, contra sete de Zinho.
Os números do Datafolha revelam equilíbrio em relação aos lançamentos e às assistências. Ambos fazem dois lançamentos (um certo e um errado) e uma assistência.
Marcelinho recebe mais faltas: quatro a três. Nos impedimentos, ele é flagrado um vez em posição irregular e Zinho, nenhuma.
Na comparação entre os números das duas equipes, também fica flagrante a diferença de estilos.
O Palmeiras troca 414 passes por jogo, acertando 335 (81% de aproveitamento). O Corinthians faz 344 passes, dos quais 262 certos (76%).
O Corinthians, que usa mais as jogadas individuais para chegar ao gol adversário –Marcelinho, Viola, Souza e Marques têm essa característica–, faz quatro assistência por partida.
No Palmeiras –onde os lances individuais praticamente se restringem e Edmundo e Rivaldo–, as assistências são mais numerosas: seis por jogo.
Os times apresentam equilíbrio em outros fundamentos. O Palmeiras finaliza 16 vezes (sete certas) e o Corinthians, 15 (seis certas). O Palmeiras executa 157 desarmes por jogo e o Corinthians, 156.

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