São Paulo, sexta-feira, 16 de dezembro de 1994
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Brasil é país 'parcialmente livre', diz entidade de direitos humanos

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A entidade de defesa dos direitos humanos Freedom House divulgou ontem em Washington seu relatório anual. Segundo ele, o número de democracias no mundo atual é o maior da história (114), mas muitas são instáveis.
O Brasil foi classificado entre os 37 países "parcialmente livres", mesma categoria em que estava no ano passado. Mas a Freedom House reconheceu que em 1994 o país obteve ganhos na direção de "maior liberdade".
A entidade diz, porém, que o processo político e o sistema judiciário no Brasil "são contaminados por altos níveis de corrupção e influência de cartéis de drogas... apesar de progressos na expansão dos direitos políticos".
O embaixador do Brasil em Washington, Paulo Tarso Flecha de Lima, enviou a Adrian Karatnycky, presidente da Freedom House, dura carta de protesto pelas referências ao país, que qualificou como "irresponsáveis".
O Brasil está classificado com países como Guiné-Bissau, Gana, Haiti, Jordânia e abaixo de Argentina, Bahamas, Bulgária, Equador, Panamá, Guiana, Israel e África do Sul, considerados "livres".
Segundo o relatório, 60% dos países do mundo são democracias formais. África do Sul, Haiti, Ucrânia, Moçambique, Guiné-Bissau, Malaui e Palau ingressaram no grupo durante o ano de 1994.
Mas em vários desses países as ameaças à democracia são muitas: divisões étnicas e religiosas, corrupção, influência de militares. Índia, Turquia, Níger, Mali, Romênia e Albânia são os países que têm sofrido maior "erosão da liberdade", de acordo com a Freedom House. (CELS)

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