São Paulo, sexta-feira, 16 de dezembro de 1994
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Julgamentos; Bienal; Além de genro; Discurso de FHC no Senado; Fica o que sobrou...; Cinto de segurança; Greve dos Correios; Angeli e os estadistas

Julgamentos
"Para os que explicam o julgamento de Fernando Collor de Mello como demonstração de apreço ao contraditório e outros argumentos de lana-caprina, vale a afirmação shakespeariana: 'Cometa-se um pequeno erro para fazer uma grande justiça'."
Carlos Adauto Vieira (Joinville, SC)

"Depois de ler na Folha a) uma cronista de mundanismo analisar a conduta profissional do procurador-geral; b) um ex-perseguido político censurar uma decisão independente do Supremo Tribunal Federal; c) um dublê de empresário e economista teorizar sobre o princípio do direito adquirido, começo a temer pelo meu emprego de professor. Logo virá uma campanha para se eliminar a exigência do diploma de bacharel em direito para o exercício da advocacia, da promotoria pública e da magistratura."
Luiz Carlos Gomes Godoi (Santos, SP)

"Se os juízes fossem dotados do dom da infalibilidade, seriam deuses, e não homens e, como tais, não haveria divergência entre eles. Por isso as decisões judiciais, por mais elevado que seja seu órgão prolator, são suscetíveis de discussão à luz da ciência do direito, como busca do aperfeiçoamento. No caso, se a acusação foi omissa em matéria de prova, o tribunal poderia supri-la, nos termos do art. 156 do Código de Processo Penal."
Nelson Abrão, professor aposentado da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

"O artigo 'Os senhores do vale-tudo', de Janio de Freitas (13/12), reflete o que senti diante da absolvição de Fernando Collor de Mello pelo STF. Viva a impunidade! Viva Collor!"
Sandra Fernandes de Oliveira (São Paulo, SP)

"Lamentável o saber jurídico do procurador-geral da República, Aristides Junqueira. Aproveito para parabenizar o jornalista Janio de Freitas por seu artigo nessa Folha do dia 13/12."
Vitor José Guimarães Diniz (Belo Horizonte, MG)

"Ao que se vê, alguns ministros do STF, zelosos nesse julgamento histórico com os formalismos e tecnicismos, não deram ouvidos nem à contundência dos fatos nem ao clamor do povo, porém deixaram-se influenciar pela imprensa e seus articulistas eruditos. Afinal, não foram poucos os artigos cobrando do STF um julgamento extremamente técnico, alguns inclusive fazendo apologia de Collor."
José Francisco Barbalho (Descalvado, SP)

"Creio que agora a questão mais importante que fica para a sociedade brasileira, para variar um pouco, é: meia quatro queijos e meia calabreza ou inteira de muzzarela?"
Daniel Heuri (São Paulo, SP)

"Tom, desta extrema vergonha estás livre. Realmente não merecias passar por isto. Tu que cantastes o Brasil limpo, decente, correto assistir ao que vemos agora seria demais... Com a decisão do Supremo Tribunal Federal, no processo da quadrilha Collor/PC Farias, hoje todos nós estamos com vergonha de estarmos aqui."
Luiz Greco (São Paulo, SP)

Bienal
"Diante da repercussão que teve a notícia publicada na Ilustrada de 13/12, 'Curador diz que não quer ficar no cargo', gostaria de esclarecer que apenas descarto a idéia de conduzir sozinho as inúmeras atividades exigidas pela curadoria da Fundação Bienal, que implica atualmente curadorias de exposições internacionais e no espaço museológico. Não afasto, todavia, a idéia de trabalhar em equipe."
Nelson Aguilar, curador geral da Fundação Bienal de São Paulo (São Paulo, SP)

Além de genro
"Com relação à matéria de 10/12 'Covas escolhe genro de FHC para secretário', cabe-nos lembrar aos leitores que o professor dr. David Zylbersztajn coordena o Programa Interunidades de Pós-Graduação em Energia da USP, possui uma sólida formação acadêmica e profissional e vem exercendo papel de destaque na análise, discussão e busca de solução das questões energéticas nacionais, inclusive na condição de vice-presidente da Sociedade Brasileira de Planejamento Energético, assessor do CNPq etc. Na condição de colegas, independentemente de posições políticas, sentimo-nos obrigados a dar o testemunho quanto a suas qualificações de mérito pessoal para o exercício da alta função de secretário de Energia de São Paulo."
Ildo Luis Sauer, seguem-se mais oito assinaturas de professores do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Discurso de FHC no Senado
"O discurso do presidente eleito abateu-se sobre muitos brasileiros como uma peça estranhamente vazia. Vazia no sentido relativo de que as idéias e conceitos verbalizados no Senado não são proporcionais, no seu conteúdo, à formação do sr. Fernando Henrique Cardoso. Aliás, essa desproporcionalidade tem sido notada durante toda a carreira do sociólogo-político. Ou quem sabe, no caso específico do discurso de 14/12, o peso esteja na presença do enorme ex-governador da Bahia, 'santo homem', e no pseudohierático vice-presidente eleito?"
Olavo Cabral Ramos Filho (Rio de Janeiro, RJ)

Fica o que sobrou...
"Lastimável a informação na Folha de que Paulo Renato, por não ter sido brindado com o Planejamento, irá para o da Educação. Se isso se confirmar, FHC estará reeditando o que tem sido uma tradição: para a educação fica sempre o que sobrou..."
Fabiano Viotti (Caxambu, MG)

Cinto de segurança
"Dia 9, Marcelo Coelho expôs, com surpreendente desinformação e ingenuidade política, sua opinião acerca da lei do cinto de segurança. Desinformação porque o que está em jogo não é a 'liberdade individual', mas o enfrentamento da violência no trânsito que matou mais de 500 mil brasileiros e incapacitou outros 1,5 milhão nos últimos dez anos. Quem paga os altos custos dos tratamentos de emergência e reabilitação de pessoas que querem 'arriscar a vida recusando-se a usar o cinto'? Os contribuintes!"
Eduardo Biavati Pereira, coordenador do Programa Sarah de Prevenção das Colisões de Trânsito (Brasília, DF)

Greve dos Correios
"Hoje não recebi as minhas correspondências. Esse é o maldito preço que pagamos pela reserva de mercado que é franqueada à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos."
Alex O. R. de Lima (São Paulo, SP)

Angeli e os estadistas
"Lamentável sob vários aspectos a charge de autoria de Angeli publicada na edição de 12/12 (reproduzida acima). É um desrespeito a três personalidades exponenciais do mundo político –o presidente Itamar Franco, o presidente Bill Clinton e o presidente eleito Fernando Henrique Cardoso– justamente num momento em que se louva e aprova o congraçamento dos governos do Brasil e dos EUA."
Ivan Cardoso Malta (São Paulo, SP)

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