São Paulo, sábado, 17 de dezembro de 1994 |
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Composição do governo desagrada aliados
JOSIAS DE SOUZA
Fernando Henrique conseguiu desagradar a quase todos, inclusive a si próprio. Ele desejava uma equipe de "Jatenes" e reconhece, sob estrita reserva, que a necessidade de compor-se com os partidos o fez escolher alguns auxiliares que normalmente não se animaria a nomear. Seus problemas começaram em casa. Está aborrecido com Ciro Gomes, atual ministro da Fazenda. Considera incompreensível que Ciro tenha atacado publicamente, de forma reiterada, a escolha do senador eleito José Serra para a pasta do Planejamento. ACM Alguns aliados do novo presidente acham, porém, que as maiores dificuldades em relação a Serra estão por vir. Dá-se como certo que, cedo ou tarde, ele se indisporá com Pedro Malan, futuro ministro da Fazenda. Desenha-se também uma perspectiva de atrito da equipe econômica com o ex-governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães (PFL), eleito senador. Os economistas do real, especialmente Pérsio Arida, futuro presidente do Banco Central, querem manter as grandes estatais sob seu controle. E temem que ACM queira nomear os presidentes e diretores da Petrobrás e da Cia Vale do Rio Doce. As duas empresas estão sob o guarda-chuva da pasta das Minas e Energia, para a qual foi indicado Raimundo Brito, afilhado do principal cacique do PFL. Na intimidade, o ex-governador de fato avisa que não gostaria de ver seu indicado na posição de fantoche. Em uma palavra, quer "liberdade" para compor os cargos do ministério. Apesar do esforço e do desgaste a que foi submetido nas últimas horas, Fenando Henrique não conseguiu aparar todas as arestas no Congresso. PP esquecido O presidente premiou o PTB, mas excluiu de sua equipe o PP. Ao fazê-lo, deixou insatisfeitos exatos 36 votos. O PP terá na próxima legislatura 31 deputados e cinco senadores. Fernando Henrique premiou o PMDB do Rio Grande do Sul, mas deixou à míngua os peemedebistas de São Paulo. Armou-se à sua volta uma disputa por estatais e postos importantes do segundo escalão. A Telebrás e a Embratel estão entre as empresas mais disputadas, para inquietação da equipe econômica. LEIA MAIS Sobre os atritos entre José Serra e Ciro Gomes à pág. 1-7 Texto Anterior: Notícias do front Próximo Texto: PMDB de SP quer cargos Índice |
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