São Paulo, sábado, 17 de dezembro de 1994
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Um mês de cinto

Passado um mês da aplicação da lei que tornou obrigatório o uso do cinto de segurança na cidade de São Paulo, os primeiros resultados positivos da medida já se fazem notar. Segundo o Instituto Médico Legal, o número de mortes provocadas por colisões de veículos caiu de 2,4 por dia em novembro de 93 para 1,9 entre 16 e 30 de novembro deste ano. É uma queda de 20,8%.
Mais ainda, houve significativa redução no número de vítimas de acidentes de trânsito atendidas pelo Pronto-Socorro do Hospital das Clínicas, o principal da cidade. A média diária de janeiro a outubro deste ano era de 8,9. Entre 16 e 30 de novembro, ficou em 5,2.
Esse período de tempo pode ser ainda curto demais em termos estatísticos para tirar conclusões mais definitivas sobre os benefícios do uso do cinto de segurança, mas parece certo que eles existem: há menos pessoas morrendo e se ferindo.
Também é digno de nota o alto índice de adesão ao cinto observado na capital paulista. Medições da CET indicam que 95,8% dos motoristas da cidade estão usando o cinto. Esse número é superior aos registrados em países do Primeiro Mundo nos quais o cinto também é obrigatório. Esse fenômeno encontra explicação nos valores das multas aplicadas: R$ 151,35, três vezes mais do que as cobradas, por exemplo, no Estado de Nova York, onde o padrão de vida médio é bastante superior ao registrado na cidade de São Paulo.
De qualquer forma, a lei que obriga o uso do cinto começa a mostrar por que este artefato foi feito para ser usado, não sendo apenas um elemento decorativo dos veículos. Não é à toa que várias outras cidades do país estão seguindo a iniciativa paulistana.
Como esta Folha já sugeriu anteriormente, o ideal mesmo seria que fosse baixada lei federal obrigando o uso do cinto. A medida beneficiaria todos os cidadãos do país e afastaria todas as dúvidas jurídicas que pairam sobre a medida adotada em São Paulo.

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