São Paulo, domingo, 18 de dezembro de 1994 |
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Itamar ainda quer mínimo a US$ 100
HELCIO ZOLINI
O aumento desagrada o presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso, que já se declarou contrário à medida, argumentando que ela quebraria a Previdência. "Vou ter esta semana uma última rodada de negociações com os ministros da Fazenda, do Trabalho e da Previdência. Se sentir que não é possível chegar ao que defendo, vou reunir todas as centrais sindicais para que eles sintam onde está a dificuldade. Assim, essa dificuldade poderá ser superada através da ajuda das próprias centrais ao futuro governo", disse. Itamar disse que caso não consiga impor o mínimo de US$ 100 sairá "frustrado". "Essa é uma frustração que talvez eu possa levar quando deixar o cargo." Itamar lembrou que a "caixa-preta" da Previdência já está aberta e que tudo dependerá de examinar se ela tem condições para suportar o aumento. Itamar disse que ainda não descartou o convite para ocupar a Embaixada do Brasil em Portugal. Ele não quis dar sua opinião sobre a absolvição do ex-presidente Collor. "Não comento decisão da Justiça. Cada brasileiro deve examinar o problema do ponto de vista da técnica processualista e da ética. O problema é de cada brasileiro e não só meu", disse. Participação O ministro da Fazenda Ciro Gomes determinou à Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda que lhe dê um parecer sobre a possibilidade de editar uma Medida Provisória que regulamentaria a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados das empresas. A reivindicação foi apresentada sexta-feira em Ouro Preto ao ministro pelos presidentes dos Sindicatos dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, e das Micro e Pequenas Empresas de São Paulo, Joseph Couri. "Pareceu-me uma coisa interessante. Comprometi-me a aprofundar os estudos e dar uma definição logo", disse Ciro. A reivindicação dos sindicalistas visa a regulamentação do artigo 7 da Constituição. Segundo eles, entre as "vantagens" da regulamentação está o aumento do poder aquisitivo dos trabalhadores : o aumento da competição das empresas nacionais frente as estrangeiras; a redução dos custos fixos das empresas, permitindo a redução nos preços de venda: o incremento da oferta de produtos, evitando riscos de desabastecimento, aumento da arrecadação do governo, entre outros. Texto Anterior: Tripulação de avião sequestrado no AM continua desaparecida Próximo Texto: Luis Alberto Lacalle "rouba a cena" em Ouro Preto Índice |
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