São Paulo, domingo, 18 de dezembro de 1994
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Compra de aviões leves e jóias cresce até 50%

FÍDEO MIYA; MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

"A venda de jóias explodiu depois do Plano Real", afirma Beno Charles Dryzun, secretário-executivo da Ajesp (Associação dos Joalheiros do Estado de São Paulo). Segundo ele, o aumento na procura por jóias foi generalizado a partir do segundo semestre.
Os negócios com produtos que custam até R$ 300, por exemplo, praticamente dobraram desde julho deste ano em relação a igual período de 1993, informa a Ajesp. Já a procura por peças mais caras, que valem mais de R$ 3.000, cresceu 40%, no mesmo período.
Segundo especialistas, dois motivos explicam o aquecimento do mercado. Um deles é o pagamento parcelado; o outro é o preço. "Nunca a jóia esteve tão barata", diz Richard Barczinsky, diretor-superintendente da H. Stern.
Por conta da valorização do real frente ao dólar, diz ele, o preço da jóia hoje está 20% abaixo de 1993. O mesmo motivo fez deslancharem as vendas de aviões leves e carros importados.
"O número de consultas de empresas e executivos para compra de aviões monomotores, bimotores e jatinhos cresceu 50% neste segundo semestre em relação a igual período de 93", conta Márcio de Souza, da Aircar, empresa de importação de aeronaves.
Após as eleições de outubro sua empresa vendeu sete aviões leves, que custam de US$ 400 mil a US$ 2,5 milhões. A maioria para executivos do setor agropecuário. "É que o preço do boi nunca esteve tão bom quanto agora", diz.
Resultado: só neste último trimestre, a Aircar faturou US$ 8,2 milhões, 75% do que vendeu no ano passado inteiro.
Em novembro começaram a circular no país 10.755 carros importados novos e o setor bateu o recorde histórico de vendas. A procura foi maior por veículos entre US$ 20 mil e US$ 40 mil.
Emílio Julianelli, presidente da Abeiva, que reúne as importadoras, diz que quem tinha caderneta de poupança resolveu aplicar o dinheiro nos importados por causa da queda do rendimento nominal.(Fideo Miya e Márcia De Chiara)

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