São Paulo, domingo, 18 de dezembro de 1994 |
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Branco promete 'suar sangue' hoje para vencer
MÁRIO MAGALHÃES
Para o personagem da adaptação do romance de Alexandre Dumas, o suor sangrento era real. Branco diz que, para ele, por pouco não é mais do que uma metáfora. "Tenho o espírito guerreiro como só os jogadores gaúchos têm", diz o cidadão de Bagé. Folha - Na semifinal, dois gols seus classificaram o time. Mas você falhou e deu um gol de presente ao palmeirense Rivaldo quinta-feira. Isso o abate? Branco - Não é fácil digerir a derrota. No jantar depois do jogo, o Jair (Pereira, técnico), sentou do meu lado e disse que se não fosse eu o time não estaria na final. Folha - Por que o Corinthians perdeu? Branco - É difícil dizer. Foi nosso melhor jogo no campeonato. Folha - Você tem experiência em jogar sob pressão. Mesmo criticado, marcou o gol que levou o Brasil à semifinal da Copa do Mundo. O que diz aos jogadores mais novos? Branco - Que agora é tudo ou nada. Vou suar sangue para conseguir este campeonato. A adversidade me motiva. Folha - Hoje é sua despedida do Corinthians? Vai para o Flamengo no ano que vem? Branco - O presidente do Corinthians me convidou e eu quero ficar, embora goste muito do Rio. Folha - Com que idade você chegou ao Rio? Branco - O Fluminense foi me buscar no Guarani de Bagé quando eu tinha 17 anos. Folha - Como foi sua chegada ao Fluminense? Branco - No apartamento onde eu fui morar, outros jogadores queriam batizar com uns cascudos um amigo meu de Porto Alegre. Folha - E o que você fez? Branco - Disse que ninguém iria pôr a mão nele senão o pau iria rolar. Ficaram quietos. Folha - Você tem orgulho de ser gaúcho. Em que os jogadores do Estado diferem dos outros? Branco - Por ficar perto do Uruguai e da Argentina, têm espírito guerreiro. É com ele que eu quero ajudar o Corinthians a ser campeão. Fui campeão brasileiro com o Flu em 1984. Dez anos depois, dá para repetir a dose. Texto Anterior: Corinthians precisa ser quase um suicida hoje Próximo Texto: Zé Elias pede mais paciência Índice |
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